Chegou a hora de preparar a discografia: este ano ao som de Genesis, Jorge Silveira Botelho, CEO da BBVA AM Portugal, faz a habitual compilação de um 2023 em que os ritmos foram vários.
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COLABORAÇÃO de Jorge Silveira Botelho, responsável de Gestão de Ativos da BBVA AM Portugal.
Depois de no ano passado os monstros The Lamia* dizimarem por completo os mercados financeiros, o ano de 2023, com todas as suas vicissitudes, acabou por ser para os investidores mais esclarecidos, o ano Where The Sour Turns To Sweet*.
Apesar de no princípio do ano muitos estrategas, economistas e analistas se deixarem aprisionar In The Cage* com os receios de Here Comes The Supernatural Anaesthetist* da inflação, a verdade é que houve alguns investidores inconformados com a perda desajustada da rentabilidade em 2022, que apesar de serem apelidados de Man Mad Moon* resistiram corajosamente a um inusual posicionamento excessivamente pessimista sobre os riscos de estagflação. Durante a semana, esperavam pacientemente por Get ‘Em Out By Friday* para reiterarem as suas convicções na happy hour, ouvindo ininterruptamente I Know What I Like (And I Like What I Know)* numa velha Musical Box* escondida ao fundo da sala.
O ano 2023 veio provar em grande medida o quanto Squonk* estava a interpretação de que a subida da inflação era um fenómeno estrutural, ignorando-se displicentemente o impacto da multiplicidade de choques da oferta que ocorreram durante uma linha tão curta de tempo (pandemia, guerras e choque energético). E o absurdo, é que esta linha acabou por ser distorcida e prolongada pelos Paperlate* e pelo excesso de zelo dos Bancos Centrais que se puseram a ouvir covers dos anos 70 de má qualidade e nunca tiveram a coragem de dizer That’s All*. Felizmente começamos gradualmente a assistir a muitos investidores a suspirar More Fool Me*.
Mas nada melhor do que a chegada The Evidence of Autum* para confirmar a teoria destes investidores resistentes, que afinal as ondas de choque estruturais inflacionistas não passaram de Ripples*, e que tínhamos chegado aos Los Endos* de um atribulado ciclo monetário.
À parte dos desacertos da política monetária, o mundo continua a ser uma Land Of Confusion* e as guerras continuam a representar a dramática futilidade de One For The Vine*, onde o valor da vida humana é apenas um joguete de um qualquer Man On The Corner*, que subjuga o seu e os outros povos.
Infelizmente, a guerra na Ucrânia continua a ser uma perigosa Dance On A Volcano* provocando demasiado Blood On The Rooftops*. Até agora parece que Never a Time para se falar de paz, apesar de que a The Dividing Line parece estar cada vez mais definida… felizmente os aliados conseguiram encher de cereais o Silent Sorrow In Empty Boats*, conseguindo evitar uma crise alimentar de proporções mundiais
Mas para além do injustificável desnorte de Mama* Rússia na Ucrânia, tivemos os ataques indiscriminados The Carpet Crawlers* em Israel.Depois de todas as atrocidades cometidas e dos contínuos ataques, estava totalmente fora de causa que Israel No Reply At All*. Mas Independentemente da legitimidade da defesa, a guerra é sempre cruel e ninguém pode ficar indiferente quando se perdem Many Too Many* vítimas inocentes e se procura desesperadamente For Absent Friends*.
Este também foi o ano The Grand Parade Of Lifeless Packaging*, a parada da inteligência artificial tonou-se subitamente palpável... ainda é cedo para medirmos o seu Impacto transversal na atividade económica e no incremento da produtividade da economia, mas, uma coisa é certa, o seu Invisible Touch* vai ter um impacto tremendo na desinflação dos serviços a nível global. Neste sentido, no futuro muitos poucos vão poder dizer que No Son Of Mine* vai ser afetado por esta dinâmica… Uma outra dimensão da Inteligência artificial, já se faz sentir em termos geopolíticos, com a maior disputa por terras raras e de outras matérias primas que vão obrigar a uma maior Deep in Motherlode*.
Curioso este ano foi também o regresso The Cinema Show*, com filmes como o Oppenheimer e a Barbie a terem um sucesso tremendo nas bilheterias que incredulamente acabaram por ter um impacto material no crescimento económico americano do terceiro trimestre.
Em contrapartida, na China pouco ou nada de novo se vê e a economia continua numa Undertow*. Apesar de todos os estímulos, os agentes económicos Keep It Dark*, sendo que os problemas resultantes do excesso de Home By The Sea*, encontram-se ainda longe de estar resolvidos.
Behind The Lines*, este foi um ano marcado por múltiplas incidências climáticas de proporções apocalípticas nas várias regiões do globo em que as secas extremas afunilaram Firth Of Fifth* dos rios que desaguam no mar. Mas é de registar que em Portugal, After The Ordeal, as chuvas, o vento e o Silent Sun* fizeram com que o país tivesse mais de seis dias consecutivos a ser alimentado por energias renováveis, tornando-se num país cada vez mais sustentável, ao ponto de que a jovem ativista Lilywhite Lilith* querer desesperadamente voltar a florescer em Portugal, não querendo por isso mais Back in to N.Y.C*.
Em termos de personalidades, depois de ter andado pacientemente a jogar no Time Of Table*, este foi o ano em que o Príncipe Carlos foi coroado Rei e a Duchess* da Cornualha rainha consorte conseguiu finalmente, Dancing With The Moonlit Knight*.
Destaque também para Papa Francisco que com Your Own Special Way* trouxe as jornadas mundiais da juventude a Portugal, uma experiência única que fez com que muitos jovens de todo o mundo assumam que Jesus He Knows Me* e que ele Hold On My Heart*.
Espreitando agora para 2024, o nosso cenário central diz-nos que entrámos no Counting Out Time* de uma mudança categórica da política monetária, com os Bancos Centrais a serem forçados a baixar as suas taxas de juros durante o primeiro semestre de 2024. A muito mais rápida descida da inflação associado a uma desaceleração da atividade económica, exige que os Bancos Centrais simplesmente Turn It On Again*. Vamos começar a ver a muitos investidores a deixar de andarem In Hiding*, porque esta mudança de perceção sobre a inflação e das taxas de juro, vai ser essencial para a gradual retoma da confiança da atividade económica, ao nível do investimento e do consumo privado. Like or Not*, o que falta apenas saber é qual dos Bancos Centrais irá assumir primeiro que I Can`t Dance* a música da politica monetária restritiva, se a Fed ou o BCE, mas uma coisa sabemos de antemão, basta que um deles corte a sua taxa diretora para que ambos comecem a dançar o vira do Follow You Follow Me*. Neste cenário vamos continuar a assistir a uma queda das taxas de juro reais de longo prazo o que dará suporte, tanto aos mercados de taxa de juro como acionistas globais.
Um dos maiores riscos para 2024 é se pelo contrário, os Bancos Centrais quiserem continuar a teimosamente tratar inflação como um Illegal Alien*, ou seja, adiem em demasia os cortes de taxas de juro e façam com que oThe Lamb Lies Down On Broadway*, provocando uma Stagnation* económica prolongada. Infelizmente esse risco persiste, porque ainda permanece um enorme Misunderstanding* sobre as raízes da inflação na cabeça dos Bancos Centrais.
Há também um outro risco que não pode ser desprezível, o facto de termos demasiadas Tonight, Tonight, Tonight*, de eleições em muitos países e regiões em 2024. Mas a grande preocupação é que ninguém sabe quem vai ser The Conqueror* das eleições em terras americanas e objetivamente, ninguém sabe qual vai ser o Abacab* que vai querer implementar…
Por fim, o grande A Trick Of The Tale* para 2024 pode ser a descida dos preços do petróleo. À partida parece ser algo despropositado com todo o Entangled* geopolítico. Mas na realidade há um conjunto alargado de fatores que de um momento para o outro se podem precipitar na mesma direção. Em boa verdade, os fortes investimento em renováveis, a maior eficiência e a mobilidade energética, o Driving The Last Spike* nas infraestruturas ferroviárias, a maior diversificação das fontes fósseis com os elevados investimentos globais no gás natural, o pico anunciado (IEA) do consumo de petróleo nesta década, o aumento oportunista da capacidade de produção de petróleo nos EUA, o Fading Lights* sobre o mercado fóssil com distintas perceções entre os vários membros da OPEP e por fim, o evidente efeito Domino* da célere alteração dos padrões de comportamento dos consumidores, são razões que podem fazer com que os preços do petróleo sejam The Knife* em queda livre que ninguém consegue segurar. Se porventura assim for, vamos ter de novo ter os Bancos Centrais a desesperadamente a Throwing It All Away*…
Anyway*, chegados ao fim de mais um ano, não precisamos de ser uns Watcher Of The Skies* para realmente sabermos aquilo que queremos. No Dusk*, basta sentimos a força de um olhar In Too Deep* para valorar devidamente a presença dos outros nas nossas vidas, e de Looking For Someone*, para termos uma verdadeira Vision of Angels*.
Nesta quadra mística, esta é a justa hora de abrir os Horizonts* e desfrutar do merecido Afterglow* de mais um ano que passou e juntarmo-nos à mesa porque o Supper’s Ready*!
Chamber of 32 doors*:
…But down here I'm so alone with my fear
With everything that I hear
And every single door, that I've walked through
Brings me back here again
I've got to find my own way…
* Obrigado Genesis!