O Optimize Disruption Fund chega hoje ao mercado. Em entrevista, Pedro Lino e Carlos Pinto, da entidade, explicam em que consiste o primeiro fundo alternativo e temático da entidade.
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A estreia da Optimize Investment Partners nos fundos não UCITS tem data marcada para hoje. O mesmo é dizer que a entidade lança este dia 6 de setembro o Optimize Disruption Fund, o seu primeiro fundo de investimento alternativo não UCITS, sendo também a estreia no universo dos fundos temáticos.
Um marco no caminho da Optimize IP, que até então dispunha apenas de fundos harmonizados na sua oferta. Em entrevista à FundsPeople, Pedro Lino, administrador da entidade, e Carlos Pinto, gestor de investimentos sénior, começaram precisamente por explicar o porquê do lançamento deste novo produto.
A constituição deste fundo “permite outro tipo de estratégia de investimento e vem responder a uma procura crescente por parte dos clientes”, iniciou Pedro Lino. De facto, como recorda agora, nos últimos anos as carteiras dos outros fundos já incorporavam “títulos de empresas com processos verdadeiramente disruptivos e crescimentos substanciais”, elucida o administrador. Contudo, devido às restrições de política de investimento que os atuais fundos da entidade apresentam, e tendo estes perfis de risco mais limitados, a urgência de expandir a oferta era óbvia. “Surgiu a necessidade de lançar este novo produto, com uma estratégia de investimento mais abrangente”, atesta.
Transformação digital
O nome Optimize Disruption Fund deixa a porta aberta para a abrangência de setores e empresas que o fundo abarca. Pedro Lino explica que a filosofia do produto consiste “em investir em empresas que já estão ou irão participar no processo de transformação digital da sociedade a todos os níveis”. Um universo que vai desde o investimento em automação, biotecnologia, passando pela Internet das coisas, cibersegurança, o 3D, o BiG Data, as energias renováveis, o armazenamento de energia, a blockchain, a computação quântica...
Mas não se ficam por aqui. “Para além disso, a equipa de gestão irá estar sempre à procura de novas empresas, uma vez que nos próximos cinco anos vão continuar a nascer as novas Apple ou Amazon”, reitera o responsável.
Hedge funds: depois dos 10 milhões de AuM
A seleção de um título para a carteira inicia-se pela avaliação dos setores que consideram promissores. Carlos Pinto adiciona que têm ainda em conta “a capitalização bolsista, a liquidez, as bolsas onde o título está cotado, os mercados e as economias-alvo”. Aponta como exemplos “as empresas envolvidas nas cadeias de abastecimento de indústrias que estejam a revolucionar os setores mais tradicionais, como o automóvel, distribuição ou a logística”. Todas as temáticas disruptivas são consideradas, “não se limitando a empresas que cubram uma temática específica”.
A política de investimento do fundo dita que este poderá investir até 130% em ações, mas há também a possibilidade de a carteira poder ir até aos 30% de investimento em hedge funds e 10% em fundos imobiliários. No entanto, o gestor explica que “o investimento em hedge funds será considerado apenas quando o fundo superar o patamar dos 10 milhões de euros em ativos sob gestão e não deverá ser superior a 5%”. Os veículos privilegiados serão “os fundos com estratégias alternativas descorrelacionadas com o mercado, sempre com um propósito de mitigação de risco”.
A carteira terá uma disciplina de buy and hold. Segundo Carlos Pinto, realizarão “rebalanceamentos à medida dos fluxos de dinheiro, bem como da valorização dos títulos”. A equipa, acrescenta, estará “atenta numa base diária a novas oportunidades, podendo rebalancear a carteira ou sair de títulos sempre que consideraremque existem outros que irão ter uma performance superior”.
O fundo não apresenta objetivos concretos ESG. Nesse sentido, Pedro Lino explica que o produto está inserido no artigo 6º do Regulamento 2019/2088. Embora o produto não promova de facto as caraterísticas ambientais ou sociais, e não tenha objetivos de investimento sustentáveis, o administrador explica que este “está abrangido pela política de integração de riscos de sustentabilidade da Optimize, que tem em consideração os princípios ambiental, social e de governação na sua tomada de decisão de investimento, existindo também setores onde evita investir”.