Os fundos de ações globais em imagens: como comparam os portefólios

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Créditos: Tom Ritson (Unsplash)

Numa situação de incerteza e volatilidade nos mercados, como a que temos vindo a observar no último ano, a escolha por fundos de ações representou uma alternativa clara e relevante para os investidores. Nos últimos três anos, por exemplo, nos quatro primeiros lugares do ranking de fundos de ações nacionais que mais captaram os investidores, estão produtos de ações globais

Neste artigo, o foco não será em qual foi o retorno alcançados por esta tipologia de fundos de investimento, ao invés, vamos comparar como se gerem as carteiras desses veículos de investimento e, no fundo, observar que diferenças e semelhanças há entre estas estratégias de investimento. 

De marca nacional estão registados oito fundos na Morningstar na categoria Global Equity. Estes são: o Atrium Portfolio Sicav Global Sel A, o BPI Ações Mundiais, o BPI GIF Opportunities, o BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM, o Caixa Ações Líderes Globais, o IMGA Global Equities Selection, o NB Momentum e, por fim, o NB Momentum Sustentável

No entanto, há que desde logo referir uma nota: o fundo Atrium Portfolio Sicav Global Sel da Atrium Investimentos não tem dados disponíveis na plataforma Morningstar Direct, como tal, não se encontra representado na nossa análise. 

Também, uma das principais diferenças que observamos à primeira vista foi relativamente ao fundo BPI Reforma Global Equities PPR/OICVM da BPI GA. Este é um fundo de fundos e, consequentemente, a Morningstar não fornece os detalhes que poderiam trazer valor para esta comparação. Como tal, em algumas imagens, este fundo não estará representado. 

Todavia, passemos à comparação dos sete portefólios.  

Através da imagem em baixo - onde está representada a alocação setorial - é possível constatar o peso que o setor tecnológico tem nestes fundos de ações globais, sendo este o setor que mais agrega alocação por parte de cada fundo. De facto, pelo menos um quarto da carteira do fundo Caixa Ações Líderes Globais da Caixa GA e do BPI Ações Mundiais da BPI GA é alocado apenas a este setor. 

No entanto, no geral, setores como o da saúde ou do consumo defensivo acabam ainda por ter um peso significativo.

Alocação setorial

Qual parece ser a empresa preferida dos gestores de cada fundo? A gigante tecnológica Microsoft. Efetivamente, na maioria dos top 10 holdings de cada fundo, a empresa de Bill Gates aparece entre os primeiros lugares. 

Por entidade gestora, o top 10 de títulos nas carteiras de cada produto parece não diferenciar muito. Para exemplificar, as empresas no top 3 holdings do BPI Ações Mundiais e do BPI GIF Opportunities são as mesmas. O mesmo acontece quando olhamos para as 10 maiores posições na carteira dos produtos da GNB Gestão de Ativos. No entanto, casas gestoras diferentes, filosofias de investimento diferentes. Como tal, quando observamos a carteira do Caixa Ações Líderes Globais, ou do IMGA Global Equities Selection, vemos que o top 10 é relativamente diferente, e todas as empresas do top 3 diferem para os produtos das casas gestoras BPI GA ou GNB GA. 

Top 10 de títulos nas carteiras

De realçar também as diferenças existentes no grau de concentração de exposição no top 10 de cada carteira. O Caixa Ações Líderes Globais é o produto que menos títulos detém em carteira (25) e o que mais concentra ativos nas 10 maiores posições (43,47%). Já os fundos da BPI GA detêm o mesmo número de ativos nos seus portefólios (50) e – sensivelmente – o mesmo grau de concentração, o que pode ser revelador das semelhantes estratégias de investimento do seu gestor Rui Araújo, CFA. O mesmo acontece para os fundos da GNB GA que possuem o mesmo número de ações nas suas carteiras (76) e o seu grau de concentração de exposição no top 10 é semelhante. Por fim, o IMGA Global Equities Selection é o fundo com maior número de ações em carteira (86). 

Também o turnover ratio dos fundos difere bastante em cada um dos portefólios. Deste universo, o produto com maior percentagem de turnover ratio é o NB Momentum e aquele com menor percentagem é o Caixa Ações Líderes Globais. 

Em baixo está traçado o mapa de estilo de investimento de cada portefólio. Tanto há fundos que estão mais orientados para o estilo core ou growth, como todos investem a partir do espetro das larges caps. O Caixa Ações Líderes Globais é o fundo mais distanciado a partir desse espetro. Já o BPI GIF Opportunities é o que mais investe no estilo growth.

Não esquecendo claro que estes são fundos de ações globais, então há que incluir também uma comparação por exposição geográfica. 

Em baixo mostramos essa mesma exposição por parte de cada fundo. Como esperado, todos investem maioritariamente em títulos dos EUA e, de seguida, aparece frequentemente a região Asiática ou zona euro com as maiores exposições. 

Contudo, sublinhamos: esta comparação não diz muito acerca da filosofia de cada fundo ou dos processos dos respetivos gestores. Diz sim, o quão diferentes ou iguais são as carteiras dos mesmos. 

Como já é norma, a sustentabilidade não pode deixar de ser observada. Representamos em baixo o rating de cada um dos produtos, segundo a classificação da Morningstar. Notamos que a casa gestora mais distinguida relativamente a este universo de fundos é a BPI Gestão de Ativos. Os dois produtos desta casa gestores obtém a classificação mais elevada relativamente ao Morningstar Sustainability Rating