Os fundos fixed income nacionais que sobressaíram no ano passado

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Dhammza, Flickr, Creative Commons

Depois de termos analisados quais foram os melhores fundos nacionais do ano passado e ainda os fundos allocation com melhor performance ao longo de 2016, é hora de vermos o comportamento dos fundos fixed income no mesmo período.

2016 foi um ano marcado por alguma volatilidade, sobretudo devido a dois grande eventos políticos: primeiramente o referendo que colocou o Reino Unido com um pé fora da União Europeia e, mais recentemente, a eleição de Donald Trump como o próximo presidente dos Estados Unidos da América. Também a questão monetária teve algum impacto, nomeadamente a última subida das taxas de juro norte-americanas, que era bastante expectável que acontecesse.

Olhando para o mercado nacional de fundos mobiliários nacionais, houve um produto que se destacou dos demais, ou seja, entre os que a Morningstar classifica como Fixed Income. Trata-se do BPI Alto Rendimento Alto Risco, que é da responsabilidade da BPI Gestão de Activos. Durante o ano passado a sua rendibilidade atingiu os 11,22%, segundo os dados publicados pela Morningstar através da sua plataforma online. Foi o único produto que superou a barreira dos 10% em 2016, gerindo um património superior a dez milhões de euros. O produto investe em "títulos de dívida ou equiparados, transaccionados em mercados da União Europeia, América do Norte, América Latina, Japão e Europa de Leste", segundo se pode ler no prospecto. No mesmo documento, é possível ver que no final de novembro, as obrigações em taxa fixa representavam quase 90% dos ativos em carteira, com países como a Holanda, a Alemanha e o Luxemburgo a serem os preferenciais para o investimento. Em termos de volatilidade, o produto nos último doze meses apresentou um "batimento cardíaco" entre os 2% e os 5%.

Logo depois surge mais um produto gerido pela BPI Gestão de Activos : o BPI Obrigações Mundiais. Em 2016 a sua rendibilidade atingiu os 9,73%, com o seu património a superar os 26 milhões de euros. Em termos de alocação de ativos, o fundo "investe em obrigações, procurando usufruir dos rendimentos mais elevados que as taxas a longo prazo tendem a proporcionar face às aplicações de curto prazo. A carteira é composta por títulos de dívida pública e privada, de taxa indexada e de taxa fixa, em euro ou qualquer outra moeda", conforme revela o prospecto do produto. No documento verifica-se, também, que a volatilidade é semelhante à do fundo anterior, ou seja entre os 2% e os 5%.

Restantes abaixo de 5%

A fechar o top três vem o produto NB Rendimento Plus, que é da responsabilidade da GNB Gestão de Ativos. Ao longo de todo o ano passado, a sua valorização ascendeu a 4,72%, com João Zorro a ser o gestor do produto. Na última ficha do produto, referente ao mês de novembro, é possível ver que "o fundo tem mantido uma liquidez ligeiramente acima dos 20%, o que lhe tem permitido o impacto da queda dos preços no mercado de dívida", com o gestor a referir que isto tem tido um impacto positivo na valorização do produto. Na mesma data, as obrigações corporativas representavam quase metade do portefólio, seguido das obrigações soberanas com uma representação pouco superior a um terço da carteira. Em termos de ativos sob gestão, o montante situa-se em volta dos 18 milhões de euros.

Acima dos 4% ainda encontramos um outro produto. Trata-se do Banco BIC Tesouraria categoria B que está denominado em dólares e é gerido pela Dunas Capital. No ano passado a sua rendibilidade fixou-se em 4,12%, tendo aproveitado da melhor forma possível a deslocação cambial do par monetário euro e dólar. No final do mês de novembro, o maior investimento em carteira ia para dívida pública de Espanha. No entanto, a maior fatia da carteira, em termos de ativos, vai para 'liquidez+depósitos', com cerca de 50% da carteira. Pouco mais de metade dos depósitos do fundo são realizados no Banco BIC.

Os fundos fixed income com ganhos superiores a 2% em 2016

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Fonte: Morningstar no final de 2016