Os fundos multiativos recomendados pelas gestoras internacionais para 2022

No universo de fundos mistos, Álvaro Antón Luna decidiu destacar o Aberdeen Standard Sicav I- Diversified Income Fund.

“Trata-se de um fundo cujo objetivo é superar a rentabilidade dos depósitos em torno de 4,5%. A sua maior diferença face a outros veículos semelhantes no mercado é que inclui ativos de ações e obrigações, aos quais se somam outros alternativos como as infraestruturas, real estate e oportunidades especiais como royalties de produtos farmacêuticos”, explica o responsável da abrdn.

O AB All Market Income Portfolio foi o fundo eleito por Miguel Luzarraga. Segundo o responsável da AllianceBernstein esta escolha prende-se pelo facto de este fundo ser “uma alternativa para os investidores que procuram rentabilidade e crescimento a longo prazo, uma vez que procura ativamente oportunidades nas diferentes classes de ativos, quer em obrigações, ações ou ativos não tradicionais, ajustando a alocação de forma muito dinâmica e adaptando-se aos diferentes ciclos de mercado”.

Para Romualdo Trancho a escolha é clara: Allianz Dynamic Multi Asset Strategy SRI.

Segundo o profissional da Allianz GI, este fundo investe numa ampla gama de classes de ativos, com foco particular em ações globais e obrigações europeias, e segue uma estratégia de investimento sustentável e responsável. “Tem oferecido, em simultâneo, rentabilidades acima da média no longo prazo”, acrescenta.

O Amundi Funds Global Multi Asset Conservative é o fundo recomendado na categoria de mistos pela gestora Amundi. Trata-se de um fundo multiativo conservador e flexível que procura rentabilidades sustentáveis e mitigar possíveis quedas num ambiente de riscos crescentes nas obrigações. Tem uma gestão ativa de duração, liquidez e riscos de crédito com a volatilidade controlada em cerca de 5%-7%. “Gere ativamente a duração e o risco de crédito, focando-se na liquidez, e abre uma janela para ações até 30%”, afirma Marta Marín.

Este fundo atribui o seu orçamento de risco em quatro pilares pouco correlacionados: estratégia macro (para gerar ideias de elevada convicção); estratégia de cobertura (para proteger contra cenários alternativos); estratégias-satélite (para gerar alfa e valor relativo) e estratégias de seleção (para identificar títulos de alta qualidade que podem gerar rentabilidade estável através do aumento da diversificação). O fundo é classificado nos termos do artigo 8 do SFDR.

Num contexto de elevada inflação, o imobiliário devido à sua capacidade de gerar rentabilidade, torna-se importante nas carteiras. Na AXA IM sabem disso e do seu fundo recomendado, o AXA WF Global Flexible Property propõe uma solução para todos os investidores que procuram a exposição ao setor imobiliário, como forma de diversificar a carteira, mas sem abdicar da liquidez. “Através deste fundo, os participantes obtêm uma exposição fácil aos maiores mercados imobiliários do mundo, com a vantagem de poderem aceder sempre ao seu investimento”, explica Juan Carlos Domínguez.

A estratégia abrange todo o espectro de investimentos imobiliários: ações cotadas emitidas por empresas de investimento imobiliário e obrigações emitidas por empresas de investimento imobiliário, esta abordagem permite reduzir a volatilidade do mercado. Além disso, é diversificada entre ações, obrigações e ativos subjacentes.

Na categoria de fundos mistos, a BlackRock destaca o BGF ESG Multi-Asset, um fundo que combina a abordagem global de multiativos com a componente de sustentabilidade. “Este é o principal fundo da empresa que une sustentabilidade e investimento multiativos. O perfil é moderado e tenta gerar retornos selecionando ativos com viés ESG, através de uma ampla gama de ferramentas, tais como ações, obrigações, ETF ou com fundos de terceiros. Todos cobrem ativos e estratégias muito diferentes, como alternativos, valor relativo ou cobertura ou estratégias de volatilidade”, explica Aitor Jauregui.

No processo de investimento do fundo está totalmente integrada a análise ESG onde a seleção de empresas é feita tendo em mente os best-in-class, pelo que o universo é composto por empresas com classificação MSCI BBB ou superior, favorecendo sempre as classificações mais altas. Além disso, empregam filtros de exclusão que reduzem o risco de carteira e alinham os valores do fundo com os dos clientes. Estão também excluídas empresas de dez setores controversos.

Ralph Elder recomenda para 2022 um fundo o BNY Mellon Global Real Return, gerido pela gestora Newton, parte da BNY Mellon IM. “É um fundo multiativo flexível e global que investe numa grande variedade de ativos, tais como ações, obrigações, matérias-primas, alternativos e liquidez. Além disso, a equipa de investimento pode usar instrumentos de cobertura simples para reduzir o risco de carteira”, explica.

O objetivo do fundo é gerar uma rentabilidade de Euribor + 4% em termos anualizados durante todo um ciclo económico e preservar o capital durante períodos de volatilidade do mercado.

O fundo Global Allocation, da Capital Group, é um fundo multiativo, global e long only gerido por uma equipa de gestão com uma média de 26 anos de experiência no mercado.

Investe em ações globais (mínimo 45%) e em obrigações globais (mínimo de 25% e predominantemente investment grade). “Desde o seu lançamento, o fundo proporcionou melhores rentabilidades do que a média da categoria de alocação agressiva em dólares, mas com um perfil de risco de um fundo de alocação moderada”, explicam Álvaro Fernández e Mario González.

Carmignac Portfolio Patrimoine Europe foi o nome escolhido por Ramón Carrasco. Conforme explica o profissional da Carmignac, este é "um produto diversificado com um objetivo de investimento e de gestão de risco disciplinado que procura selecionar oportunidades em temáticas relacionadas com o crescimento na Europa".

A recomendação de Rubén García Paez na categoria de fundos mistos para 2022 é o Threadneedle (Lux) Global Multi Asset Income, um fundo que visa alcançar uma rentabilidade anual de 5% com menos volatilidade do que uma estratégia baseada apenas em ações. Como explica o responsável da Columbia Threadneedle, este é um objetivo que “procura alcançar através de uma carteira diversificada, investindo principalmente em ações, obrigações e liquidez, completando-o com recurso a opções”.

A família de fundos Kaldemorgen é a aposta da DWS para navegar num ano como 2022 marcado pelas altas valuations nas ações e obrigações globais. “O ambiente macro e micro ainda continua construtivo, mas os preços elevados obrigam-nos a ser cada vez mais cautelosos e a procurar combinações de ativos que nos permitam estar preparados para qualquer reação do mercado”, explica Mariano Arenillas.

A gama recomendada consiste em três produtos focados em diferentes perfis de risco. DWS Invest Conservative Opportunities, DWS Concept Kaldemorgen e DWS ESG Dynamic Opportunities. Todos são fundos que tentam adaptar-se a qualquer ambiente de mercado com um claro respeito pelos níveis de risco, podendo investir de forma discricionária em obrigações, ações, divisas e ouro. Claramente uma aposta para se desvincular da evolução dos mercados e tentar maximizar a rentabilidade de acordo com o risco de cada um.

Sebastián Velasco recomenda um fundo que apresenta uma grande flexibilidade ao investir em ativos geradores de rentabilidades a nível mundial. Trata-se do FF - Global Multi Asset Income Fund, e para a composição da carteira baseia-se na análise do panorama económico global em todos os momentos, e sempre com o foco na preservação do capital.

“Os gestores gostam do high yield asiático, com um potencial significativo de distribuição de rendimentos e ganhos de capital, dado que os balanços permanecem saudáveis e o mercado já reflete nos preços potenciais surpresas negativas”, afirma o responsável da Fidelity. Além disso, consideram que os dividendos continuarão a ser uma importante fonte de rentabilidade, desde que sejam muito seletivos.

O universo global é também o escolhido por Íñigo Escudero ao recomendar um fundo misto para 2022. Chama-se Invesco Global Income Fund e investe em obrigações e ações a nível global, para que a equipa de gestão possa aproveitar oportunidades sem limitações setoriais ou regionais. “A abordagem é flexível e pragmática, com gestão ativa tanto no crédito como na duração (inferior a dois atualmente), distribuindo um cupão médio de 3,9% nos últimos cinco anos”, explica o responsável da Invesco.

Tradicionalmente, a parte de ações representa cerca de 40% da carteira, enquanto a parte de obrigações do fundo é diversificada em liquidez, dívida soberana e corporativa, tanto de investment grade como de high yield.

Uma das características que Martina Álvarez defende relativamente ao seu fundo recomendado, o Janus Henderson Balanced, é que conseguiu ser eficaz nos piores momentos do mercado e perder menos do que os seus concorrentes. A flexibilidade do fundo da Janus Henderson permite-lhe posicionar-se defensivamente face à volatilidade do mercado, ao mesmo tempo que tenta obter retornos fortes e ajustados ao risco, tudo graças a uma estratégia dinâmica de alocação de ativos (35% e 65% a ações)”, explica.

Especificamente, a base do fundo está em investir em ações com potencial de crescimento e valores de obrigações core que se considera que oferecem níveis de risco mais baixos.

Investir em empresas que fazem a diferença. É esse o lema do Jupiter Global Ecology Diversified, o fundo multiativos que Francisco Amorim recomenda para 2022.

As empresas em que o fundo investe tentam fazer face aos desafios profundos das alterações climáticas e do esgotamento do capital natural. “Estas empresas estão a permitir a transição para um mundo mais sustentável através do desenvolvimento de produtos e serviços inovadores em áreas como a energia limpa, a tecnologia verde e a agricultura sustentável”, comenta.

O profissional acrescenta ainda que “o fundo investe em ações e em obrigações corporativas high yield e investment grade, bem como em obrigações soberanas e de mercado emergentes, e é apoiado por uma equipa com mais de 50 anos de experiência combinada, apoiada pelos recursos adicionais e conhecimentos especializados de outras equipas de investimento da Jupiter, bem como por especialistas dedicados a Stewardship e a Data Science”.

A recomendação da J.P.Morgan AM é nada mais nada menos do que um dos seus fundos mais conhecidos, o JPMorgan Investment Funds- Global Income Fund, bem como os seus equivalentes em versão conservadora e sustentável: JPMorgan Investment Funds- Global Income Conservative e JPMorgan Investment Funds – Global Income Sustainable.

Todos têm a mesma equipa de gestão, que investe de forma diversificada num vasto leque de ativos com o objetivo de captar as melhores oportunidades de income a nível global. “São fundos adequados para praticamente qualquer tipo de investidor, uma vez que proporcionam um complemento perfeito aos rendimentos tradicionais sem abdicar do potencial de revalorização de capital”, explica Javier Dorado.

O JPM Global Income já tem mais de 10 anos de história, e ao longo deste período tem distribuído trimestralmente, de forma consistente, um dividendo entre 4% e 6% anualizado. O JPM Global Income Conservative acaba de fazer cinco anos e a rentabilidade média anualizada de dividendos desde o seu lançamento é de cerca de 4%.

É um dos fundos de referência da Nordea em Portugal e, segundo Laura Donzella, também pode continuar a sê-lo para o próximo ano. Falamos do de Nordea 1 - Stable Return Fund.

“Num ambiente de mercado cada vez mais complexo, onde as taxas de juro permanecem extremamente baixas/negativas e a duração oferece oportunidades pouco atrativas e carece de benefícios de diversificação, os investidores precisam de uma solução que lhes permita participar nas subidas de mercado, oferecendo-lhes proteção nas quedas”, explica.

A composição da carteira não depende de decisões macroeconómicas, mas obedece mais a critérios puramente fundamentais. Afinal, trata-se de um fundo de risco moderado long-only que combina ativamente ações, duração e crédito para oferecer rentabilidades estáveis a longo prazo, investindo em classes de ativos não correlacionadas, com o objetivo de preservar o capital.

A flexibilidade é uma das principais características do fundo da Schroders recomendado. Trata-se do Schroder ISF Global Multi Asset Balance, um fundo que tem um alto grau de convicção e maximiza a obtenção de rentabilidade relativa de cada classe de ativos”. Esta flexibilidade permite-lhe também fazer ajustes em função do ambiente de mercado, atenuando as quedas e oferecendo um caminho suave para o investidor”, explica Carla Bergareche.

UBS Strategy Fund Sustainable é a gama de estratégias multiativas recomendadas pela UBS AM para o próximo ano. É composta por seis fundos multiativos com diferentes perfis de risco e com um ADN sustentável. E, segundo Álvaro Cabeza, “esta família de fundos oferece ao investidor objetivos claros baseados no perfil do investidor com vocação de longo prazo, testados há mais de duas décadas”.