As SCR realizaram os investimentos mais elevados nas atividades financeiras e de seguros e na indústria transformadora, enquanto os FCR apostaram em sociedades gestoras de participação social em empresas não financeiras.
O investimento do capital de risco está maioritariamente direcionado para sociedades gestoras de participação social em empresas não financeiras, no entanto estas empresas são utilizadas como “veículo para realizar investimentos noutras empresas, não sendo identificada a direção final desse investimento”, explica a CMVM no relatório anual da atividade de capital de risco.
Os setores onde as SCR realizaram os investimentos mais elevados foram as atividades financeiras e de seguros e a indústria transformadora, enquanto o investimento realizado pelos FCR foi canalizado para sociedades gestoras de participação social em empresas não financeiras, sendo que no final do ano o valor investido situava-se em 1.248,0 milhões de euros. Ocorreu em menor dimensão para empresas da indústria transformadora, com um valor de 392,2 milhões de euros, e atividades imobiliárias, com 379,9 milhões.
De acordo com a CMVM, verificou-se nos últimos seis anos, a par do direcionamento do investimento para sociedades gestoras de participações sociais, um maior peso das atividades imobiliárias, em detrimento dos setores que antes dominavam, como as atividades de captação, tratamento e distribuição de água, gestão de resíduos e despoluição, e de transportes e armazenagem. Concluíram também que os setores para os quais o investimento dos operadores de capital de risco se encontrava associado eram geradores de escasso VAB, sendo o setor das atividades imobiliárias aquele que tinha o maior VAB por trabalhador, enquanto o segmento das atividades financeiras e de seguros tinha um VAB per capita inferior.
O venture capital e o private equity apresentam pesos considerados muito distintos (19,5% e 80,5%, respetivamente) e que têm sofrido poucas alterações ao longo dos anos. No caso do private equity, passou de 51,3% no final de 2015 para 36,0% (1,3 mil milhões) do valor investido pelo capital de risco no final de 2016. Já no venture capital, o peso das start-up levou a um investimento de 372,5 milhões de euros, que corresponde a 10,4% do total investido nas diferentes fases de investimento.