Foi a grande tendência no passado mês de abril. Das plataformas nacionais que distribuem fundos estrangeiros, testemunham a procura referida, que se concretiza em alguns nomes. Conheça-os.
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Em abril os mercados mantiveram-se pouco estáveis, com o preço do petróleo a fazer tremer mais uma vez as bolsas mundiais. Como comenta à Funds People João Graça do ActivoBank, em abril o mês ficou marcado “pela expressão “On Hold” pois os principais Bancos Centrais optaram por não realizar qualquer ação adicional nos mercados”. Como salienta o profissional, este foi ainda um mês em que se criou “um fundo Italiano de apoio aos bancos no crédito mal parado, o que por si só se configura um avanço para a resolução do crédito mal parado no país, pese embora o seu valor (5 mil milhões de euros) seja um pouco aquém do esperado tendo em conta que o crédito em incumprimento ronda os 300 mil milhões no país”.
O quarto mês do ano marcou ainda outra componente importante: o início de mais uma “earnings season”, como lembra João Graça, que aponta ainda, neste período, o aparecimento de mais um escândalo no mercado, desta vez com a Mitsubish, muito embora não sejam para já perceptíveis as suas consequências.
Do BiG, Isabel Soares, relata que “as tendências observadas ao nível da subscrição de fundos de investimento estiveram, de uma forma geral, em linha com as alocações das carteiras associadas ao serviço Fund Advisor”. Neste sentido, o fundo mais subscrito do mês acabou por ser o “Fidelity European Dividend (estratégia com enfoque na região europeia e que explora o segmento de empresas pagadoras de dividendos)”. No campo das novidades, aparecem, segundo Isabel Soares, precisamente alguns fundos que passaram a ser considerados nas últimas carteiras do serviço Fund Advisor, e que “têm registado, desde então, volumes bastante interessantes de subscrições”. Enumera e aponta nomes como o Invesco Global Targeted Returns (fundo misto que se enquadra no segmento de multi-activos mas se diferencia pela estratégia de descorrelação entre as diferentes linhas de investimento), o Pictet Euro Short Term High Yield (cuja escolha se enquadra na yield potenciada por esta estratégia) e o BNY Global Real Return.
No caso do Banco Best, o top de mais subscritos de abril voltou a ser dominado por fundos de ações. Desta forma, Rui Castro Pacheco, head of asset management da entidade destaca que no mês de abril apenas um fundo de obrigações apareceu na lista de mais vendidos, no caso o “o fundo gerido pela T. Rowe Price que investe especificamente em obrigações de empresas high yield europeias”. O profissional destaca que “ao contrário de outros meses em que a preferência foi para fundos com abordagens mais flexíveis sobre os vários mercados de dívida, este mês a preferência foi por um segmento e geografia bem definidos”. Num ponto mais intermédio destacam a presença de dois fundos da mesma gestora: um da Nordea, e outro da MFS. “O Nordea Stable Return (fundo Consistente Funds People), um fundo multi ativos, gere os seus investimentos de forma bastante diversificada e dentro dos ativos mais tradicionais”, enquanto “o Nordea Stable Equity Long/Short utiliza técnicas de gestão alternativas equilibrando posições longas e curtas para construir uma carteira de ações com um grau de correlação baixo face aos mercados genéricos de ações, procurando a estabilidade quer nas quedas quer nas subidas”. Sobre o MFS Global Total Return, Rui Castro Pacheco explica que este “é também um fundo multi ativos que combina algumas técnicas de gestão alternativa para criar uma carteira muito diversificada com várias técnicas de proteção do investimento, procurando gerar retorno positivo em todos os ciclos de mercado”.
Bias sectorial: a tendência comum
As abordagens mais sectoriais foram um ponto comum às três plataformas. No caso do ActivoBank, João Graça refere mesmo que no mês passado se sentiu a “procura de soluções que tenham alguma yield, como o high yield”, mas também de “fundos sectoriais em crescimento e alguns mercados emergentes”.
No caso do BiG, foi seguida uma que já existe ao logo últimos meses, destacando-se também “a procura por soluções que permitam exposição ao segmento energético”. No período em análise, refere Isabel Soares, “o Blackrock World Energy foi o fundo que mais beneficiou desta tendência (no que respeita a inflows)”.
Também no Banco Best o factor “sectoriais” é reconhecido, e Rui Castro Pacheco, no âmbito das ações destaca o “dois fundos que investem em ações de empresas do setor Ouro e Metais preciosos, geridos pela Franklin Templeton e pela Invesco, e que têm beneficiado de alguma valorização deste tipo de metais e o seu impacto na cotação das empresas que têm a sua atividade relacionada com o setor”. Compondo o resto da lista de mais subscritos outros sectores vêm à baila. “Temos também a presença de dois fundos que investem no sector da saúde, o fundo gerido pela Frankiln Templeton mais dedicado ao segmento da biotecnologia e o fundo gerido pela BlackRock que investe de forma mais genérica e flexível nos vários segmentos deste sector”. A preencher a restante lista de mais subscritos do Best de assinalar ainda dois fundos de caris mais geográfico: “o Nordea Stable Equity que investe de forma global e o MFS European Smaller Companies que se dedica mais especificamente ao segmento das pequenas e médias empresas europeias”.