Comissões de gestão de ativos e bancasseguros crescem no Novo Banco

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Se o impacto que a pandemia de Covid-19 viria a ter no sector da banca ainda não era claro, os resultados das instituições bancárias relativos ao primeiro trimestre do ano não deixam margem para dúvidas quanto à sua dimensão. “Os resultados e atividade do Grupo NOVO BANCO, no 1º trimestre de 2020, já foram condicionados pelos efeitos da pandemia Covid-19”, escrevem da instituição bancária no comunicado de divulgação desses mesmos resultados, reforçando a influência que o evento epidemiológico teve nas suas operações neste período. O NOVO BANCO apresenta assim um resultado líquido negativo de -179,1 milhões de euros, apesar de ter apresentado melhorias com um aumento de 5,5% no produto bancário comercial e redução de custos operativos de -3,7%, quando comparado com o período homólogo. O desempenho do banco sai assim “prejudicado pelo impacto negativo dos resultados de operações financeiras que refletem a volatilidade do mercado no 1º trimestre, e pelo reforço do provisionamento para crédito influenciados pelos efeitos da pandemia Covid-19”.

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De resto, o desempenho em baixa nas contas do banco foi uma constante em várias rubricas do relatório. Por exemplo, no capítulo do comissionamento decorrente da prestação de serviços bancários a clientes, a instituição liderada por António Ramalho registou um saldo positivo de 70,5 milhões de euros, uma redução face aos 72,2 milhões do mesmo período do ano passado (-2,4%). Este desempenho foi impulsionado sobretudo por descidas nas rubricas de “Gestão de Meios de Pagamento” e “Comissões sobre Empréstimos, Garantias e Similares” que, conforme explicam no relatório, foram “condicionadas por um menor nível de transações e pelo atual contexto da atividade bancária em Portugal”. Não obstante, este movimento foi “parcialmente compensado pelo crescimento das comissões de gestão de ativos e bancasseguros”. No final de março, as comissões deste segmento somavam 17 milhões de euros, com uma variação relativa de 2,8%. 

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Também os resultados de operações financeiras foram negativos em -93,6 milhões de euros, “reflexo das perdas decorrentes da atividade recorrente (-79,6 milhões), impactadas pelos efeitos da pandemia Covid-19 e da resultante volatilidade nos mercados financeiros e de capitais no primeiro trimestre de 2020”. Neste âmbito é dado grande destaque às “perdas apuradas com a carteira de títulos (divida publica, outras obrigações e outros títulos) e com os prejuízos relacionados com os swaps de taxa de juro” utilizados num contexto de cobertura de risco.

A carteira de títulos mencionada ascendia a 11,8 mil milhões de euros a 31 de março de 2020, sendo que “6,8 mil milhões são referentes a dívida soberana”, e representava 25,9% do ativo. “A 31 de dezembro de 2019, os ganhos não realizados deste portefólio totalizavam 331 milhões, apresentando uma redução de 61 para 270 milhões”, fruto da já referida volatilidade do mercado nos primeiros meses de 2020. 

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Por fim, a 31 de março de 2020 os recursos totais de clientes totalizavam 34,5 mil milhões de euros, 13% diziam respeito a recursos de desintermediação (recursos fora do balanço). Também esta rubrica sofreu uma desvalorização desde o início do ano de -7,7%. Os depósitos continuam a principal fonte de recursos do banco, representando 82,6% do total de recursos.

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