Para que gestoras e fundos está a ir o dinheiro este ano na Europa?

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mumography, Flickr, Creative Commons

2019 está a ser um ano positivo para a indústria da gestão de ativos na Europa. Entre janeiro e setembro, o volume patrimonial passou dos 9,9 biliões para os 11,8 biliões. Trata-se de um forte crescimento de 1,9 biliões em apenas nove meses, que é explicado fundamentalmente pelo efeito de mercado, que justifica 1,7 biliões desse aumento. Os 200 000 milhões restantes correspondem a entradas líquidas, segundo dados da Refinitiv.

Por classe de ativo, os dados mostram uma fotografia mista: por um lado, fortíssimas captações em produtos de obrigações (208 000 milhões) e moderadas entradas em fundos mistos (26 000) e, pelo outro, importantes saídas em estratégias alternativas em formato UCITS (-47 000 milhões) e ações (-45 000). Os dados também revelam que praticamente um em cada três euros captados pelo sector nos nove primeiros meses do ano foram para ETF.

De facto, se se analisarem as gestoras que mais dinheiro estão a captar, pode-se observar a importância que os fundos cotados estão a adquirir na indústria. A BlackRock é a gestora que, em termos gerais, mais entradas líquidas de dinheiro está a receber na Europa. Nos primeiros nove meses do ano, nos seus produtos entraram 57 700 milhões de euros. Deste volume, 33 000 milhões foram recebidos nos seus ETF e 25 000 em fundos de gestão ativa.

Dentro do seu negócio de ETF, os produtos da entidade que estão a captar mais este ano seguem estratégias de obrigações como o iShares Core Euro Corporate Bond ETF, o iShares Core MSCI World, o iShares Euro High Yield Corporate Bond ETF, o iShares Core FTSE 100 ou o iShares $ Treasury Bond 1-3 year ETF. Na parte da gestão ativa, o fundo que está a receber mais entradas líquidas a nível europeu é o BlackRock ICS Euro Ultra Short Bond. A gestora é a maior empresa na Europa, com um património cada vez mais próximo do bilião de euros.

Apesar de a BlackRock ser a entidade que mais captou este ano a nível global e também dentro do negócio de ETF na Europa, no que toca à gestão ativa é a terceira. É superada por duas gestoras: a PIMCO e a AXA Investment Managers. A primeira capta 33 400 milhões, metade no PIMCO GIS Income, o seu fundo bandeira, que em 2019 regista entradas superiores aos 17 000 milhões. A empresa francesa, por sua vez, recebe 26 500 graças fundamentalmente à boa afluência que os seus fundos multiativos de jurisdição suíça estão a ter.

É curioso o caso da Vanguard. Nos nove primeiros meses do ano, a entidade registou captações líquidas de 17 000 milhões a nível europeu. A maior parte desse dinheiro não vai parar aos seus ETF, mas aos seus fundos indexados, que é onde a gestora está a concentrar as suas vendas este ano. Além disso, o produto onde mais dinheiro está a entrar não é uma estratégia de ações, mas de obrigações: o Vanguard Global Bond Index Fund.

Tal como acontece na BlackRock, a Vanguard está a beneficiar da importante tração que estão a ganhar na Europa os produtos passivos de obrigações. Neste sentido, é importante ressaltar que os 208 000 milhões de entradas que recebem os produtos que investem no mercado de obrigações, quase uma quarta parte (46 400) estão a captá-los os ETF de obrigações.

Na quinta posição do ranking por gestoras que mais estão a vender este ano na Europa aparece a AllianceBerstein. A empresa captou entre janeiro e setembro 15 400 milhões, um fluxo que na sua maioria está a ir a para o AB FCP I American Income Portfolio. Em seguida apresentamos-lhe o ranking das 20 entidades que mais dinheiro captaram nos primeiros nove meses do ano na Europa, segundo dados da Refinitiv.

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