O Observatório Económico para Portugal, publicado pelo BBVA Research, mostra algum otimismo para o crescimento da economia portuguesa.
A última publicação do BBVA Research, para Portugal mostra que “o crescimento da economia portuguesa durante o 3T de 2016 alcançou os 0,8% t/t, um nível consideravelmente maior do que o esperado (0,3% t/t)”. No Observatório Económico para o nosso país, a entidade revela, também, que “ao contrário de trimestres anteriores, a procura interna reduziu o crescimento (-0,4 pp), enquanto o sector externo aportou 1,3 pp, devido a um forte aumento das exportações e a uma inesperada queda das importações”. Já para o presente/futuro próximo, afirmam que “os primeiros dados disponíveis para o 4T de 2016, anteveem que a aceleração observada no trimestre anterior possa ter sido temporária e que o crescimento se volte a situar em quotas mais baixas, à volta dos 0,4% t/t”.
Com todos estes dados, o BBVA Research aponta para que o “crescimento para o conjunto do ano de 2016 seja superior a 1,0% a/a (previsão atual do BBVA Research), acrescentando uma tendência positiva sobre a variação do PIB em 2017 (1,3% a/a)”. Ainda assim, reportam que “a ainda incipiente recuperação do sector externo, as incertezas internas e, acima de tudo, a debilidade do investimento, continuam a apresentar-se como factores determinantes do crescimento económico em Portugal”.
Famílias a recuperar e investimento privado a piorar
O mesmo documento mostra que a procura interna puxou o crescimento para baixo. No entanto, “o consumo privado recuperou dinamismo durante o terceiro trimestre revelando uma taxa trimestral de 0,5% (-0,1% t/t no 2T)”, como se pode ver no gráfico seguinte.
Já o “investimento continua a ser a componente mais débil da economia portuguesa com uma queda de 1% t/t, depois do débil crescimento já demonstrado no trimestre anterior (0,3% t/t), reduzindo 0,2 pp o crescimento durante o 3T de 2016”. Revelam, também, que “outro factor que contribui negativamente ao crescimento foi o consumo público que passou de crescimentos positivos no 2T (0,4% t/t) a negativos no 3T (-0,6% t/t), retirando uma décima ao PIB trimestral. No entanto, de acordo com dados da execução orçamental, o deficit acumulado dos últimos 12 meses com dados até outubro, situou-se nos 2,3% do PIB, o que representa uma redução de 3 décimas face ao deficit de 2015”.
Um olhar sobre o último trimestre do ano
Do BBVA Research, registam que o crescimento no último trimestre do ano poderá rondar os 0,4%. “Com pouco mais de 30% de informação disponível para o 4T de 2016, o modelo MICA-BBVA estima que o crescimento trimestral do PIB português possa voltar a situar-se em taxas próximas aos 0,4%, devido ao consumo privado que se mantém dinâmico e a um sector externo que irá reduzir o seu contributo ao crescimento”, justificam.
Esta previsão é baseada, em parte, pelo “dinamismo que continuam a demonstrar os indicadores de consumo conhecidos do ultimo trimestre do ano, como as vendas a retalho, que voltaram a crescer em outubro(1,2% m/m)”, conforme se pode ler no documento publicado.