PIMCO GIS Income Fund: aumentar a duração e diversificar fora dos EUA

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Créditos: cedida (PIMCO)

Como anteciparam na PIMCO no início do ano, as obrigações mundiais têm sido as mais atrativas dos últimos anos. Este potencial reflete-se nas elevadas yields e na divergência global deste ativo, gerando um dos conjuntos de oportunidades mais atrativos nos mercados mundiais de obrigações da história recente. Assim o expressa a equipa gestora do PIMCO GIS Income Fund, com Rating FundsPeople+, destacando ainda terem aumentado a duração dos seus investimentos, no início do ano, diversificando fora dos EUA.

A resistência económica dos EUA, impulsionada por uma menor sensibilidade às taxas em comparação com a maioria dos demais mercados, devido às hipotecas de taxa fixa a 30 anos, permitiu aos proprietários assegurarem taxas baixas, protegendo assim a sua despesa. Este contexto, juntamente com os avanços tecnológicos, mantiveram a atividade económica robusta. No entanto, a elevada inflação e os conflitos geopolíticos têm afetado a confiança na economia europeia. Face a este contexto, Dan Ivascyn, gestor da estratégia PIMCO Income juntamente com Alfred Murata e Joshua Anderson, explica como estão a posicionar a sua carteira para aproveitarem retornos atrativos, os dados mistos de inflação e a divergência económica mundial.

Estratégia de diversificação e duração

“Temos sido muito táticos, sobretudo nos dois últimos semestres, tanto na quantidade como na composição da exposição às taxas de juro, inclusive os vencimentos e as nossas posições em todo o mundo”, expressa Dan Ivascyn, ao falar do posicionamento da carteira na estratégia de rendimentos.

Além disso, o especialista especifica que têm diversificado a duração das taxas de juro norte-americanas, investindo noutros países desenvolvidos como o Reino Unido e a Austrália. “Vemos uma valorização atrativa da duração das taxas de juro nesses mercados, cujas economias são mais sensíveis às taxas de juro do que a norte-americana, e beneficiam de uma dinâmica de dívida pública mais sólida”, expõe, face a uma inflação indesejada na economia norte-americana, em que a despesa deficitária é significativa e nenhum dos seus futuros candidatos à presidência destaca a redução do défice.

Oportunidades em crédito de elevada qualidade e em MBS

Com uma economia que apresenta uma grande resistência e se mostra menos sensível às taxas do que a maioria dos demais mercados, os EUA ainda dão foco aos mercados públicos de ações e a determinados segmentos mais arriscados dos mercados de crédito.

No mercado de crédito, a PIMCO adotou uma abordagem cautelosa, “reduzindo a exposição ao risco de crédito e aumentando a qualidade e a liquidez da carteira para aproveitar oportunidades em mercados mais voláteis”, expõem. No crédito corporativo, preferem um maior prémio de risco, mantendo uma base sólida em obrigações investment grade e no setor financeiro.

O mercado de high yield evoluiu, com grande parte dos empréstimos mais agressivos transferidos para empréstimos garantidos sénior. “Continuamos a preferir as oportunidades de maior qualidade relativa, e estamos cautelosos com os empréstimos a taxa variável, em que as cláusulas ficaram debilitadas de um modo geral e as empresas estão a pagar taxas consideravelmente elevadas”, explica Ivascyn.

Por outro lado, os MBS continuam a ser um setor atrativo, segundo detalha o especialista. Estes títulos oferecem garantia governamental e complexidade, permitindo aos gestores de ativos encontrarem ineficiências e gerar retornos atrativos. “Os MBS continuam a negociar com amplos spreads, embora não estejamos preocupados com o risco creditício ou com a recessão”, comenta o gestor.

Perspetivas sobre os mercados emergentes

Embora os indicadores fundamentais e técnicos dos mercados emergentes sejam favoráveis, a PIMCO reduziu a sua exposição global ao risco nestes mercados, mantendo pequenas posições de elevada qualidade em países como o Brasil e o México. “Reduzimos significativamente o viés negativo do dólar norte-americano, que prevaleceu em toda a carteira no ano passado. Temos estado a trabalhar num pequeno, mas significativo, conjunto de expressões de valor relativo em divisas de mercados emergentes”, explica o especialista.

Para os investidores que ainda retêm liquidez, Dan Ivascyn sugere que as obrigações, com as yields atuais, oferecem um perfil de rentabilidade ajustada ao risco atrativa. Embora o calendário de descidas de taxas da Fed seja incerto, as taxas não se vão manter indefinidamente nos níveis atuais, o que faz deste um momento entusiasmante para os mercados de obrigações e gestão ativa.