Portugal emite 1.500 milhões de euros de dívida de curto prazo

escadas fundo
Photo by Brent De Ranter on Unsplash

Em mais um leilão de bilhetes do Tesouro, Portugal emitiu 1.500 milhões de euros em dívida de curto prazo. Nos bilhetes do tesouro a seis meses a yield não foi além dos -0,554%.  A procura superou a oferta 2,55 vezes. Relativamente aos bilhetes do tesouro a seis meses, a yield fixou-se no -0,522% e a procura superou a oferta 1.97 vezes. Em ambos os casos, o montante atingiu os 750 milhões de euros.

“No primeiro leilão de bilhetes do tesouro, Portugal conseguiu novo mínimo histórico”, comenta Filipe Silva, diretor de investimento do Banco Carregosa. O profissional explica também que “no leilão com maturidade em julho de 2021 a taxa fixada foi de -0,554% quando em setembro do ano passado tinha sido colocada dívida para esta maturidade com uma yield de -0,52%. No leilão com maturidade de janeiro de 2022 a taxa fixada foi de -0,522% que compara com a taxa de -0,497% no leilão de setembro”.

“Ambos os leilões fixaram as taxas mais baixas de sempre para ambas as maturidades. Este novo mínimo histórico mostra bem o suporte que o Banco Central Europeu tem vindo a dar a todos os países através do seu programa de compra de ativos. Tendência que se deve manter pelo menos enquanto tivermos na situação atual com as economias tão debilitadas e a necessitar de um constante suporte por parte dos Governos e Bancos Centrais”, refere o diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

João Marques, responsável da Direção de Estratégia e Alocação da Caixa Gestão de Ativos, nas suas perspetivas também vai ao encontro do que refere Filipe Silva. “No caso da atuação dos principais bancos centrais, as comunicações públicas mais recentes apontam para a continuação das taxas diretoras em patamares historicamente baixos, ao nível do limiar mínimo considerado efetivo (ELB – effective lower bound) e dos programas de compras de ativos, sendo que, em alguns casos, as autoridades monetárias já estabeleceram formalmente o prolongamento dos mesmos para lá de 2021 e, no que respeita a outras medidas, até à recuperação sustentada dos principais agregados económicos e ao efetivo controlo da situação pandémica”, previa o profissional da Caixa GA.