Em mais um leilão de obrigações do tesouro, Portugal emitiu dívida a 6 e a 14 anos com as yields a registarem mínimos históricos.
Portugal regressou uma vez mais aos mercados para emitir dívida a 6 e a 14 anos, com vencimento em julho de 2026 e em abril de 2034, respetivamente. A taxa das obrigações do tesouro a 6 anos ficou em terreno negativo ao não ultrapassar os -0,057%. Portugal emitiu 564 milhões de euros e a procura superou 2,43 vezes a oferta. No caso das obrigações a 14 anos, a yield alcançou os 0,555%. O montante emitido chegou aos 663 milhões de euros e a procura superou a oferta 1,49 vezes.
Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa, destaca "a emissão de 6 anos por ser a primeira de longo prazo em que Portugal emite com yield negativa.”
Para o especialista, “os receios de algum abrandamento económico, juntamente com o Conoravirus, levaram os investidores a procurarem ativos de refúgio, pelo que as taxas das dívidas soberanas voltaram a comprimir”. Os discursos de Lagarde e Powel apontam para um esperar para ver o que continua a suportar o mercado de dívida, não deixando grandes expectativas, pelo menos para já, de uma subida de taxas. Portugal continua a conseguir baixar o custo do serviço da dívida”.
Filipe Silva refere ainda que há um ano, para a maturidade de 2034, Portugal estava a pagar uma yield de 2,034% versus os atuais 0,55%.