O segundo Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa mostra que os portugueses diminuíram a sua apetência por fundos de investimento, embora o valor continue a ser muito residual.
O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros já deu a conhecer os resultados do segundo grande inquérito à literacia financeira da população nacional que foi realizado no decorrer do ano passado. Este inquérito faz parte do Plano Nacional de Formação Financeira e ocorreu cinco anos depois do primeiro diagnóstico feito a nível nacional pelo Banco de Portugal.
“O questionário que serviu de base ao inquérito incluiu 102 perguntas de escolha múltipla”, realizado em território nacional, com uma amostra de “1100 entrevistados com 16 anos ou mais, estratificada de acordo com critérios de género, idade, localização geográfica, situação laboral e nível de escolaridade”, segundo se pode ler no comunicado oficial.
O mesmo documento esclarece que este inquérito permite “conhecer os níveis de literacia financeira da população nas suas três dimensões: atitudes, comportamentos e conhecimentos financeiros”. Além disso, “permite também identificar as áreas e os grupos populacionais com maiores défices de literacia financeira”.
Portugueses investem menos em Fundos
Uma das conclusões retiradas do documento, mostra que os portugueses têm diminuído a sua exposição a fundos de investimento, quando comparado com 2010. Nesse ano, 2,3% dos entrevistados detinha investimento nestes produtos e volvidos cinco anos esse valor sofreu uma queda para 1,9%. Em traços gerais, no espaço de cinco anos houve uma diminuição de cerca de 17%.
Em sentido contrário – tal como se pode ver no gráfico seguinte – os produtos mais apetecidos são os Depósitos à Ordem (92,5%), os Seguros (73,1%), os Depósitos a Prazo (38,7%) e ainda os Cartões de Crédito (31,6%).
E o conhecimento?
Parte deste resultado, pode ser justificado pelo pouco conhecimento sobre fundos de investimento, por parte dos portugueses. Na amostra, apenas 64,9% dos entrevistados conhece fundos de investimento, tendo estes ficado apenas à frente de produtos como as Obrigações, Microcrédito, Papel Comercial ou ainda dos Produtos Financeiros Complexos.
No lado oposto, destaque para o conhecimento por parte da população inquirida em relação a produtos como os Depósitos à Ordem (toda a amostra conhece), Seguros (98,7%) e Depósitos a Prazo (97,8%).
Qual é o risco do investimento em fundos?
Um das questões realizadas aos entrevistados reflete o modo como veem o risco de alguns produtos de investimento. Entre as aplicações financeiras referidas, cerca de 50% da amostra afirma que o grau de risco atribuído aos fundos é “elevado”, ficando apenas atrás das ações (74,7%) e das obrigações (53,4%).
Relativamente aos produtos com risco mais baixo, os inquiridos destacam os depósitos a prazo (46,1%), os planos de poupança/reforma (31,8%) e ainda os Certificados de Aforro/Tesouro (23,1%).