No relatório anual de 2019 da entidade gestora pode ler-se que o esperado envelhecimento da população e a redução da população ativa terão um papel decisivo, com repercussões no crescimento económico e na sustentabilidade da Segurança Social.
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A Previsão é a entidade gestora com a responsabilidade da gestão dos fundos de pensões das empresas do grupo Altice Portugal/MEO, fundos esses que abrangiam, no final de 2019, uma população de cerca de 11 mil indivíduos, dos quais 9 mil pensionistas, ascendendo o seu património a 79,45 milhões de euros. Este valor era ligeiramente inferior no final de 2018, na ordem dos 77,79 milhões de euros. A entidade gestora dá conta de que em 2019, os fundos de pensões "sob gestão da Previsão, maioritariamente expostos aos mercados financeiros internacionais, verificaram em 2019 uma rendibilidade bruta de mais de 10%, situando-se no quartil superior da rendibilidade dos fundos de pensões nacionais".
Já em termos da prestação da própria entidade gestora no ano, está patente no relatório & contas que os rendimentos operacionais, "que correspondem, no essencial, ao seu management fee", situaram-se, no ano passado, nos 683 mil euros, menos 3,1% (ou 22 mil euros) que os registados em 2018. No mesmo período, os gastos operacionais totalizaram 726 mil euros, superiores em 12,4% (ou 80 mil euros) aos verificados no ano anterior, "em consequência, no essencial, de um upgrade à aplicação informática responsável pela gestão administrativa da carteira de ativos para dar resposta a novas exigências regulamentares". "Excluindo este efeito ter-se-iam reduzido em 2,7%, fruto da manutenção de um apertado controlo de custos. Neste contexto os Resultados Operacionais e o Resultado Líquido situaram-se num mesmo valor negativo de 43 mil euros", pode ler-se no relatório.
Mercado de fundos de pensões
Sobre o mercado nacional de fundos de pensões a entidade gestora realça como necessário para se entrar "numa nova fase de crescimento mais acentuado dos ativos sob gestão" imprescindível "repensar os modelos de segurança social pública, sendo certo que uma menor proteção do estado nos beneficios pós-emprego conduz inevitavelmente a uma maior dinamização do setor privado, não só de iniciativa empresarial (2.º pilar), como também por decisão individual (3.º pilar) da população em idade ativa. De facto, qualquer regime de substituição do sistema publico pelo privado no financiamento destas responsabilidades, obriga a que o estado seja capaz de criar riqueza suficiente que lhe permita prescindir das receitas fiscais que impendem sobre o fator trabalho, no respetivo período de transição", comentam da entidade.
Apesar de indicarem uma melhoria da situação financeira da Segurança Social nos anos recentes, da Previsão indicam que "o efeito esperado do fator demográfico nas próximas décadas será determinante, com o esperado envelhecimento da população e a redução da população ativa a terem um papel decisivo, com repercussões no crescimento económico e na sustentabilidade da Segurança Social. A solução terá necessariamente de passar por uma maior aposta no sistema complementar de pensões, como efeito de compensação das sucessivas reformas que têm sido introduzidas no sistema público de pensões, que se limitam a reduzir a despesa do regime público de repartição, designadamente com medidas como a contagem de toda a carreira contributiva, o fator de sustentabilidade, as restrições impostas às reformas antecipadas, o aumento da idade legal de reforma, entre outras. A questão que se coloca agora é a de que se ainda vamos a tempo de recuperar o tempo perdido? Apesar de não se terem tomado medidas estruturais para dar novo impulso a este setor, no ano de 2019 o mercado de fundos de pensões registou um crescimento anual muito significativo, de 12,1%, passando os ativos sob gestão de 19.470 milhões de euros no início do período, para 21.830 milhões de euros em 31 de dezembro de 2019, fruto, no essencial, de um desempenho mais favorável dos mercados financeiros".
Estrutura das carteiras de investimento
"Ao longo de 2019, a atividade de gestão dos fundos de pensões desenvolveu orientações estratégicas previstas nas políticas de investimento em vigor. Procedeu-se ao rebalanceamento semestral das carteiras de ativos dos fundos de pensões, tendo por objetivo o ajustamento das mesmas à estrutura de composição dos ativos recomendada", esta estrutura manteve-se, como patente no relatório, inalterada face ao ano anterior.
Sobre os detalhes da gestão efetuada no ano, a entidade gestora destaca, na classe de ativos que denominam de Retorno Absoluto (que inclui, segundo se pode ver no relatório, ativos de private equity e imobiliário), que foram realizadas, ao longo do ano, "quatro chamadas de capital num fundo de private equity em carteira, três distribuições de capital referentes a alienações de participações detidas e pagamento de dividendos. No que respeita a fundos de investimento imobiliário, todos em fase de liquidação, foram recebidas seis distribuições de capital, uma da quais correspondente a uma distribuição final".