Quanto confiam os investidores na indústria de serviços financeiros

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O CFA Institute apresentou a quarta edição do seu inquérito de confiança “Earning Investors' Trust”: de que forma o desejo de informação, inovação e influência está a modelar as relações com os clientes. O inquérito analisou as opiniões dos investidores de retalho e institucionais em 15 mercados a nível mundial no que respeita a confiança que têm no sistema financeiro, no setor dos serviços financeiros e nas empresas de investimento, e analisa aspetos que vão desde o uso da tecnologia ou da implementação do ESG, à transparência das comissões.

“O atual contexto de grande volatilidade dos mercados mostra caminhos muito diferentes para os que terão sucesso com os seus objetivos de investimento, e para os que não o vão conseguir. O medo e o pânico podem interferir numa adequada gestão das decisões de investimento. Em consequência, a necessidade de confiança nas instituições e nos assessores que atuam em nome dos investidores, assim como no sistema financeiro no qual operam, torna-se evidente”, explica Margaret Franklin, CFA, presidente e CEO mundial do CFA Institute.

Num extenso documento, é apresentada uma clara relação entre a confiança que os investidores têm na indústria com o facto de receberem ou não assessoria de algum tipo e, por isso, há grandes diferenças entre o nível de confiança dos investidores institucionais e de retalho.

Por exemplo, ainda que a indústria dos serviços financeiros se encontre num nível médio de confiança entre as indústrias inquiridas, dois pontos mais do que no inquérito de 2018, essa confiança é muito maior entre os institucionais do que entre os investidores de retalho (65% face a 43%). Contudo, verificam-se grandes diferenças entre os investidores institucionais e os de retalho quanto ao setor em que mais confiam. Por exemplo, enquanto a indústria que desperta mais confiança entre os institucionais é a tecnológica, nos de retalho é a medicina.

Também se podem ver diferenças entre os investidores de retalho que contam com assessoria e os que não contam. Assim, 57% dos investidores de retalho que contam com um assessor financeiro dizem confiar na indústria face aos 33%, em média, dos que não têm assessoria financeira. E essa assessoria impacta também na predisposição que têm os investidores no momento de incluir em carteira novos produtos: maior a assessoria, maior predisposição.

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Um dos serviços que se analisam no inquérito quanto à confiança que gera a indústria nos investidores é o uso da tecnologia e também as comissões que aplicam as empresas de serviços financeiros, fundamentalmente no caso das gestoras de fundos e assessores.

Relativamente à tecnologia, enquanto 48% dos investidores de retalho reconhece ter mais confiança nos seus assessores devido ao aumento da tecnologia, oito mais do que em 2018, nos investidores institucionais o número baixou de 68% para 66%.

Quanto às comissões ou, melhor dizendo, à sua transparência, “uma maioria significativa dos investidores de retalho (83%) e investidores institucionais (75%) inquiridos estão de acordo que um dos elementos mais importantes para criar uma relação de confiança é revelar plenamente os honorários e outros custos, e os níveis foram semelhantes em 2018”, aponta o relatório. A perceção dos investidores cai relativamente à transparência das mesmas já que enquanto em 2018, 50% dos investidores institucionais e 56% dos de retalho as classificava como “muito transparentes”, agora esse número é de 42% e 50%, respetivamente.

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