Quanto dinheiro se distribui em dividendos no mundo

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Os dividendos tornaram-se uma das formas favoritas das empresas para partilhar os lucros que obtêm com os seus acionistas e num contexto de taxas a 0%, como o atual, a possibilidade de obter um cupão por um determinado investimento tem cada vez mais importância entre os investidores. Isto pode explicar que a tendência no que se refere à distribuição de dividendos esteja há anos em aumento, e já não só na Europa, onde sempre existiu uma cultura muito forte de dividendos, mas também no resto dos mercados a nível mundial.

Tanto é assim que segundo o último Janus Henderson Global Dividend Index (JHGDI) que elabora a gestora Janus Henderson, os dividendos cresceram 2,8% até um valor recorde de 355.300 milhões de dólares, o que eleva até 1,13 biliões os dividendos distribuídos nos três primeiros trimestres do ano e aumenta a possibilidade de que 2019 feche com um novo recorde. De facto, a previsão da gestora é que este ano feche com um número recorde de 1,43 biliões de dólares, o que implicará um crescimento de 3,9% interanual.

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O relatório responde a duas grandes perguntas. A primeira é qual é o mercado que concentra os maiores dividendos e para encontrar a resposta é preciso viajar para a América do Norte, onde se distribuíram só no terceiro trimestre do ano 135.000 milhões de euros, número recorde, o que se traduz em 38% do total. Mas estes números, recorde, também se fizeram sentir noutros mercados como o do Japão, Canadá e Reino Unido, neste último caso devido aos dividendos extraordinários que as empresas mineiras e entidades bancárias pagaram. Por sua vez, na Europa e Ásia Pacífico viu-se uma contração de 2,8% respetivamente.

A segunda dúvida está em que sectores foram os mais ativos no momento de distribuir dividendos no terceiro trimestre do ano e aí dois destes são os claros protagonistas. Trata-se do setor energético e dos materiais. No primeiro registou-se uma subida de 20%, graças sobretudo às distribuições que executaram as empresas russas, enquanto que no dos materiais, o crescimento dos dividendos viu-se impulsionado sobretudo pelas remunerações extraordinárias.

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Quanto a se esta tendência de dividendos crescente perdurará além de 2019, os especialistas da Janus Henderson têm as suas dúvidas, já que consideram que o abrandamento que a economia mundial enfrenta terá repercussões negativas na distribuição de dividendos. “Com vista ao próximo ano, o abrandamento do crescimento dos lucros empresariais afetará os dividendos, mas perante taxas de juro que se situam atualmente em níveis reduzidos, as ações continuarão a constituir uma valiosa fonte de rendimentos periódicos para os investidores, mesmo que o ritmo de crescimento dos dividendos seja menos chamativo que no passado recente”, afirma Jane Shoemake, diretora de investimentos de Global Equity Income na Janus Henderson.