Sondagem da Funds People entre os responsáveis máximos de várias gestoras internacionais para conhecer qual é o produto multiativos da gama no qual mantêm uma maior confiança no próximo ano.
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Como todos os anos, a Funds People realizou uma sondagem entre os responsáveis máximos de 15 gestoras internacionais para conhecer qual é o fundo misto no qual apostam para investir no próximo ano. A sondagem é feita sempre aos responsáveis das mesmas entidades com o objetivo de conhecer quais são exatamente os produtos recomendados e como vão variando as suas preferências ano após ano. Como todos os anos, a maioria das estratégias recomendadas são fundos com um universo de investimento global, embora cada um apresente as suas próprias particularidades.
Há aqueles que concedem ao gestor uma grande flexibilidade na altura de fazer a sua alocação. Outros apresentam limites em relação ao peso mínimo e máximo que podem ter em várias classes de ativo (ações, obrigações, liquidez…). No geral, uma boa diversificação da carteira de um investidor é dos fatores essenciais para enfrentar o próximo ano, segundo as gestoras internacionais.
Por ordem alfabética, apresentamos-lhes qual é o fundo misto escolhido pelos responsáveis de cada entidade, os motivos que os levaram a escolher esse produto e uma breve descrição sobre a filosofia seguida pela estratégia:
Romualdo Trancho, Business Development da Allianz Global Investors para a Península Ibérica, considera o Allianz Dynamic Multi Asset Strategy 50 - A – EUR Fund como a grande aposta para o próximo ano.
O fundo investe numa vasta gama de classes de ativos, especialmente em ações globais, bem como obrigações e instrumentos de mercado monetário europeus. Segundo Trancho, “até 30% dos ativos do fundo podem ser investidos nos mercados emergentes. A proporção das obrigações que não têm a classificação investment grade (high-yielding bonds) é restrita até 20%”. Relativamente ao seu objetivo, este é o de obter um retorno no médio prazo que é comparável ao retorno de uma carteira que consiste em 50% de ações globais e 50% obrigações denominadas em euros intermediárias.
A grande aposta de Marta Marín para 2019 é o First Eagle Amundi International Fund. Segundo explica a diretora geral da Amundi para a Península Ibérica, trata-se de uma solução de gestão patrimonial “global value” que procura oferecer um rendimento consistente a longo prazo e a preservação do capital em tempos de incerteza. “Combina uma estratégia value oportunística com a flexibilidade necessária para beneficiar de oportunidades de investimento em todo o mundo, sem sujeição a índices de referência, restrições geográficas, setoriais, nem por capitalização; e uma posição estrutural em ouro como cobertura. A equipa de gestão considera que o futuro é incerto, investindo unicamente em empresas quando cotam abaixo do seu valor intrínseco estimado. Investindo a longo prazo em empresas sólidas com esta “margem de segurança” permite minimizar o risco de perda de capital e capturar o potencial em subida do valor. Com mais de 22 anos de trajetória é um fundo muito reconhecido e presenta nas carteiras dos investidores”, sublinha Marín.
O fundo multiativo que Beatriz Barros de Lis situa como grande aposta para investir no próximo ano é o AXA WF Defensive Optimal Income, fundo multiativo global com uma abordagem defensiva destinado a limitar a volatilidade anualizada a 5%. “O fundo é composto por uma carteira global diversificada formada por títulos de ações (máximo 35%), obrigações (dívida de governos, obrigações relacionadas com a inflação, crédito com grau de investimento, high yield e obrigações de mercados emergentes) e divisas. Além disso, o fundo utiliza derivados principalmente para fins de cobertura, gestão da volatilidade e da duração. A duração é gerida dentro do intervalo -2/+8 anos de forma ativa”, destaca deste produto a diretora geral da AXA Investment Managers, para Portugal e Espanha.
De toda a gama que a entidade conta, o fundo multiativo que Aitor Jauregui, responsável da BlackRock para Portugal, Espanha e Andorra, escolhe para investir no próximo ano é o BGF Global Allocation. “Em contextos de mercados incertos e com volatilidades altas como o atual, contar com uma carteira diversificada é essencial. O nosso fundo multiativos por excelência, o BGF Global Allocation Fund, oferecer menos um terço da volatilidade em relação às ações globais desde o seu lançamentos com um sólido historial de crescimento do património a longo prazo e, além disso, é gerido por uma das equipas multiativas globais com mais experiência no mercado”, sublinha Jauregui.
A grande aposta multiativa de Sasha Evers para investir em 2019 é o BNY Mellon Global Real Return (Euro), um produto gerido pela Newton, a especialista em investimento temático global da BNY Mellon. Segundo o diretor geral da BNY Mellon IM para a Península Ibérica e América Latina, é um fundo que tem como objetivo um rendimento de uma taxa de dinheiro (Euribor) +4% todos os anos com um horizonte de investimento de 3 a 5 anos, antes de deduzir comissões. Não obstante, o fundo poderá não conseguir rentabilidades positivas e há a possibilidade de que aconteçam deficiências. O fundo investe, com um enfoque global, num leque de classes de ativos líquidos (ações, obrigações, instrumentos monetários, REITS e matérias-primas). Também pode utilizar derivados simples com fins de cobertura (por exemplo Bond calls e equity put options). Em 2019, pode ser uma estratégia interessante para investidores conservadores já que, ao ser um produto multiativo com um objetivo de rentabilidade real (descontando inflação), comporta-se bem em contextos voláteis e incertos. Assim o demonstrou a estratégia do fundo ao longo da sua história. O melhor exemplo é que obteve resultados positivos em anos difíceis como 2008 e 2011”.
Rubén García, diretor geral da Columbia Threadneedle Investments para a Península Ibérica destaca o fundo Threadneedle (Lux) Global Multi-Asset Income Fund. “Como gestores ativos, selecionamos individualmente os ativos e ajustamos ativamente o risco de forma que gere receitas para os nossos clientes. A filosofia da nossa metodologia foca-se na interação entre a análise dos fatores macroeconómicos e a análise dos fundamentos a nível de empresa, o que nos ajuda a identificar ineficiências na nossa carteira de multiativos, controlando o risco”.
O objetivo do fundo é oferecer um nível de receitas sólidas e sustentáveis (5%) com menos de volatilidade do que uma carteira composta apenas por ações, utilizando três fontes diversificadas de receitas – ações, obrigações e vendas cobertas. A sustentabilidade da receita é uma consideração chave, pelo que não será utilizado “o capital para pagar receitas e será limitada a distribuição das receitas a 6% para conservar o capital dos clientes durante longos períodos”, conclui o diretor.
De acordo com Mariano Arenillas, responsável da DWS para a Península Ibérica, a rentabilidade prevista para 2019 nos ativos tradicionais é menor do que nos anos anteriores devido à possível subida de taxas de juro na Zona Euro, um ligeiro arrefecimento das magnitudes macro nas principais geografias, assim como a exigência implícita no preço das ações de algumas bolsas, e a instabilidade política de alguns países desenvolvidos. Tudo isso faz com que enfrente 2019 com uma proposta inicial conservadora em cada tipo de ativo, e conforme veja como 2019 se desenvolve, ter flexibilidade e liquidez para se ajustar perante as oportunidades que possam surgir. A decisão que comporta menos risco para todos os investidores pode estar na seleção de uma solução ou fundo de investimento onde a tomada de decisões fique delegada em alguém da nossa confiança que seja quem vai adequando os investimentos ao momento de mercado. Neste sentido, o DWS Concept Kaldemorgen é uma referência tanto na Alemanha, como na Península Ibéria, onde o seu bom comportamento já tem mais de seis anos de história com um enfoque no controlo do max drawdown. A combinação de regiões, ativos, divisas e ouro fazem deste produto uma boa ideia para enfrentar 2019”, destaca Arenillas.
O fundo misto escolhido por Sebastián Velasco é o FF – Global Multi Asset Income Fund, produto que investe em todo o tipo de ativos geradores de rendimentos a nível mundial, de forma muito flexível e baseando-se na análise do panorama económico global em cada momento. “Em ações, o gestor vê os emergentes e Ásia Pacífico ex-Japão a crescerem em atratividade graças, entre outras razões, às reformas positivas que se realizaram nestas regiões, enquanto que em obrigações aposta nas obrigações Investment grade dos EUA e as obrigações governamentais chinesas. Os investimentos alternativos, como infraestruturas ou o setor imobiliário, irão desempenhar um papel importante pela baixa correlação que têm com os dois tipos de ativo anteriores. Fará também um uso total da gama completa de coberturas à sua disposição para conseguir um posicionamento defensivo perante o aumento previsto da volatilidade”, aponta o diretor geral da Fidelity para Portugal e Espanha.
A escolha de Javier Villegas é o Templeton Global Income. Tal como explica o diretor geral da Franklin Templeton Investments para a Península Ibérica, “trata-se de um fundo misto flexível que procura aproveitar as melhores oportunidades tanto em obrigações como em ações a nível mundial. Atualmente, e dado o contexto macroeconómico e microeconómico mundial, o fundo tem alocado cerca de 75% em ações, cerca de 18% em obrigações e cerca de 7% em liquidez. É gerido conjuntamente pela nossa equipa de obrigações globais macro e pela nossa equipa de ações globais de estilo value. Na parte de obrigações procuramos oportunidades a nível mundial em todas as estratégias sob um enfoque flexível e ativo, sendo agora as nossas principais apostas, as obrigações de governos de uma seleção exaustiva de países emergentes em divisa local e estando muito defensivos na duração para nos proteger do contexto atual de taxas de juro. Na parte das ações, focamo-nos na seleção de empresas de qualidade e a preços atrativos, tendo o nosso peso principal no setor financeiro, saúde e energia”, assinala.
O fundo misto escolhido por Javier Dorado como grande aposta para 2019 é o JPMorgan Investment Funds – Global Income. Segunda especifica o diretor geral da J.P. Morgan AM para Portugal e Espanha, é um fundo global multiativos que pretende maximizar a geração de rendimentos para os seus investidores, distribuindo-os de forma trimestral. “É gerido por uma equipa de especialistas em alocação de ativos que investem de forma diversificada numa vasta gama de ativos com o objetivo de capturar as melhores oportunidades de rendimentos a nível global. É um fundo adequado para praticamente qualquer tipo de investidor, já que proporciona um complemento perfeito para os rendimentos tradicionais – que hoje em dia são muito baixos, ou até negativos se se ajustarem à inflação –, sem renunciar ao potencial de revalorização do capital. Além disso, é um fundo realmente diversificado regionalmente a nível global e por classe de ativo, e este perfil de risco equilibrado permitiu gerar rentabilidades muito atrativas ajustadas ao risco desde o lançamento. Vai celebrar 10 anos em dezembro e durante todo este período repartiu trimestralmente de forma consistente um dividendo de entre 4% e 6% anualizado”.
A recomendação de Ignacio Rodríguez Añino, responsável da M&G Investments para Portugal, Espanha e América Latina, é o M&G (Lux) Conservative Allocation, fundo multiativo de caráter defensivo. “É o mais conservador dos fundos incluídos dentro da gama Allocation da M&G e é gerido por Juan Nevado e Craig Moran. Este fundo, cujo objetivo de rentabilidade – não garantido – situa-se entre os 3 e 6% bruto anualizado em períodos de três anos consecutivos, conta com um processo de investimento focado nas rentabilidades reais dos ativos e nas mudanças das valorizações motivadas pela psicologia do mercado (finanças comportamentais). Este produto gere a volatilidade de duas formas chave: diversificação da carteira através de uma vasta gama de classes de ativos – que inclui ações, obrigações, instrumentos alternativos e liquidez – e limitação da exposição a ações a um máximo de 35%”, indica Añino.
O fundo multiativos selecionado como primeira opção por Laura Donzella para investir no próximo ano é o fundo bandeira da Nordea AM para a Europa: o Nordea 1 – Stable Return. “O contexto atual de mercado requer soluções capazes de fazer frente a diferentes cenários e oferecer diversificação às carteiras dos investidores. As nossas soluções multiativas, focadas nos prémios de risco, cumprem com estes requisitos. Se está preocupado com a direção que os mercados irão tomar em 2019, o enfoque defensivo e de equilíbrio de riscos do Nordea 1 – Stable Return Fund pode ajudá-lo a construir uma carteira mais sólida e preservar o seu capital em contextos de quedas “, explica a diretora de vendas da Nordea AM para a Península Ibérica e América Latina.
A obtenção de rendimentos é um dos principais objetivos de muitos investidores. Para isso, Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Portugal e Espanha, aposta nos fundos multiativos de distribuição de rendimentos, ao considerar que, além de poderem aproveitar as oportunidades que surjam em qualquer classe de ativo, setor ou região, o complemento do rendimento dá mais visibilidade aos retornos. A sua aposta concreta é o Schroder ISF Global MultiAsset Income, estratégia que procura alcançar regularidade e fiabilidade nas receitas, focando-se na qualidade, procurando investimentos de ações e obrigações nas quais o rendimento seja apoiado por fundamentais sólidos. O fundo está desenhado para gerar um rendimento de 5% anual na moeda original do fundo (dólares) ou cerca de 3% para a classe coberta em euros.
Dos produtos que integram a gama de fundos mistos da UBS Asset Management, o fundo que Diogo Gomes escolhe como grande aposta de investimento para o próximo ano é o UBS Strategy Yield. “Escolhido como o melhor Multiativo Conservador nos prémios Fundos de Investimento Expansão – Allfunds Bank 2018, o UBS Strategy Yield é uma referência na gestão multiativa. Lançado em 1991, é um fundo misto que reflete a perspetiva de mercado da UBS através de uma carteira na qual prima a diversificação, tanto pelo facto de investir globalmente, como por integrar várias subcategorias das principais classes de ativos”, assinala o responsável de vendas da UBS AM para a Península Ibérica.