Que retornos pode um investidor esperar nos próximos cinco anos: perspetivas de inflação e crescimento

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Créditos: Siddhant Kumar (Unsplash)

Como todos os anos, a Robeco apresenta o seu relatório Expected Returns, este ano intitulado Atlas Lifted, no qual exploram as atuais tendências económicas a nível mundial e apresentam o futuro do tabuleiro de jogo para os próximos cinco anos. Entre as suas previsões, destacam como a tecnologia, os investimentos estratégicos e as alterações climáticas serão três pontos-chave no futuro da economia.

O relatório realizado para o período de 2025-2029, é inspirado na figura mitológica de Atlas, que carrega o mundo nos seus ombros, metáfora de como as inovações e os investimentos estratégicos impulsionarão o crescimento económico nos próximos anos. Segundo adianta o relatório, neste cenário, os investidores poderão encontrar oportunidades apesar dos desafios globais que se avizinham, graças às inovações empresariais na inteligência artificial e à grande quantidade de ocasiões de investimento rentáveis que se apresentam. Estas rentabilidades são principalmente marcadas pela parte das ações e obrigações dos mercados emergentes, classes de ativos que se encontram atualmente na liderança.

Para os próximos cinco anos, a Robeco ilustra três cenários. “No nosso cenário base, os continentes do mundo não se afastam mais económica e politicamente como no nosso cenário negativo, mas também não prevemos que se tornem mais interligados, como no nosso cenário positivo”, expõem no relatório. No cenário base em euros, as ações dos mercados emergentes deverão oferecer uma rentabilidade de 7,25% anuais entre 2025 e 2029, enquanto a dívida dos mercados emergentes deverá gerar yields de 6%. Este número contrasta com a rentabilidade de 6,5% que se espera das ações dos mercados desenvolvidos e com a rentabilidade de 4% das obrigações soberanas dos mercados desenvolvidos.

Perspetivas de rentabilidade por classes de ativos

A Robeco detalha as suas previsões de rentabilidade para as principais classes de ativos durante o período de 2025-2029:

  • Ações: espera-se que as ações dos mercados emergentes sejam as mais rentáveis, com um retorno anual de 7,25% em euros, seguidas das ações dos mercados desenvolvidos, que alcançarão os 6,5%;
  • Obrigações: para as obrigações soberanas de mercados desenvolvidos, projetam-se yields de 4% em euros e de 6% em dólares; a dívida emergente lidera neste segmento, com yields de 6% em euros e de 7% em dólares;
  • Matérias-primas e imobiliário: as matérias-primas e o setor imobiliário oferecerão rentabilidades atrativas, com projeções de 4,75% e de 5,5%, respetivamente, em euros.

Cenários económicos a cinco anos

O relatório da Robeco apresenta três cenários prováveis para o futuro económico global:

  1. Cenário base: Atlas Lifted (50% de probabilidade): neste cenário, a entidade prevê um crescimento económico moderado e estável, liderado pelos avanços em IA. O PIB global crescerá, impulsionado pela convergência das económicas desenvolvidas para o nível dos EUA. A inflação média manter-se-á próxima de 2,5% e a alocação de capital será mais eficiente, beneficiando a maioria das classes de ativos. Quanto aos investimentos, espera-se que os mercados emergentes ofereçam as melhores oportunidades, com uma rentabilidade anual esperada de 7,25% em ações e de 6% em dívida emergente;
  2. Cenário negativo: Atlas Adrift (30% de probabilidade): aqui, o défice fiscal norte-americano e as mudanças de poder global gerarão estagflação, um fenómeno em que a inflação se mantém elevada enquanto o crescimento económico estagna. Este cenário sugere que a estabilidade económica poderá ver-se ameaçada, especialmente nos investimentos de elevado risco. No entanto, as matérias-primas poderão beneficiar, com uma rentabilidade potencial de 8%;
  3. Cenário positivo: Atlas Connected (20% de probabilidade): no cenário mais otimista, a IA impulsionará um forte crescimento da produtividade, com um aumento do PIB de 2,25% anuais. A inflação manter-se-á controlada, à volta dos 2%, favorecendo uma maior estabilidade geopolítica e dos investimentos, especialmente em dívida emergente e matérias-primas, que superarão as expetativas de rentabilidade média.