Ranking das dez gestoras com melhor imagem de marca na Península Ibérica em 2024

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Créditos: Milad Fakurian (Unsplash)

A mais recente edição da Broadridge’s Fund Brand 50 (FB50), o estudo de referência na identidade de marca no mercado, volta a revelar este ano as empresas de gestão de ativos mais valorizadas pelos profissionais em cada país. Na Península Ibérica, a BlackRock mantém a sua primeira posição no ranking enquanto gestora com a melhor imagem de marca. A J.P. Morgan AM, Fidelity, PIMCO e Morgan Stanley subiram de posição, enquanto a Robeco, Nordea AM e Pictet AM desceram e a Capital Group saiu do Top 10.

As gestoras com melhor imagem de marca na Península Ibérica em 2024
GestoraPosição de 2023Posição de 2022Variação anual
BlackRock11-
J.P. Morgan AM231
Fidelity341
Robeco42-2
Amundi550
PIMCO682
Nordea AM76-1
Morgan Stanley IM8113
Pictet AM97-2
Schroders10100
Fonte: Broadridge's Fund Brand 50 2024, com dados de 2023. Dados do mercado ibérico.

2023: o ano da gestão passiva

Da análise das marcas em 2023, a Broadridge retira algumas conclusões interessantes sobre as tendências que estão a emergir no mercado. A pressão no setor por parte do investidor europeu mais cauteloso, que está a depositar o seu dinheiro em contas de poupança bancárias e monetários, está-se a fazer sentir. “Estão a examinar as credenciais dos gestores de ativos como nunca o tinham feito”, detetam no estudo.

Desta forma, o abrandamento do crescimento afeta as previsões económicas mundiais para 2024, pelo que as gestoras devem aproveitar os seus pontos fortes e flexibilizar os seus atributos de marca para competir num mercado saturado que não pode sustentar os atuais níveis de concorrência.

O ranking europeu também evidencia o impacto do crescimento da gestão passiva. “Num ano em que as gestoras passivas ganharam impulso, a Vanguard situou-se entre as dez primeiras marcas, com uma elevada pontuação enquanto agente internacional principal e pela sua solidez”, afirma Barbara Wall, diretora de Global Distribution Insights da Broadridge. “A sua colega iShares, a marca de gestão passiva da BlackRock, também subiu na tabela de classificação do oitavo para o sexto lugar, destronando a Robeco, embora a gestora ativa holandesa mantenha a primeira posição graças às suas caraterísticas ESG. A tendência passiva realça-se ainda mais com a entrada da Xtrackers (da DWS) entre as 50 primeiras, com a gama de ETF setoriais e temáticos da empresa a revelar-se popular entre os selecionadores de fundos”, acrescenta.

PosiçãoGestoraVariação
1BlackRock-
2J.P. Morgan AM-
3Fidelity-
4Pictet AM-
5Amundi-
6iShares (BlackRock)2
7Robeco-1
8Schroders-1
9Vanguard4
10PIMCO2
Fonte: Broadridge's Fund Brand 50 2023.

As cinco primeiras marcas a nível mundial, lideradas pela BlackRock, são gigantes do setor, tanto em termos de ativos geridos como de escala operacional. Embora as cinco primeiras posições se mantenham intactas desde o ano passado, há movimentos significativos nas dez primeiras. No resto da lista das primeiras 50, as empresas preferidas dos selecionadores englobam toda a gama, desde especialistas em produtos de nicho e mercados locais até aos principais fornecedores integrais.

ESG continua a ser uma consideração importante, mas…

Outro título de notícia que o relatório nos deixa com dados do ano passado é que 2023 foi um mau ano para o ESG na Europa. Os problemas de transparência, os maus resultados, as pressões normativas e as questões de segurança energética agravaram a situação. As saídas de fundos de investimento responsável, a preocupação com o greenwashing e a reclassificação de muitos produtos artigo 9.º foram fatores agravantes, e muitos na indústria perguntam-se se o ESG alcançou um ponto de inflexão.

No entanto, as entrevistas da Broadridge com selecionadores de fundos sugerem que isto pode ser um exagero, visto que o ESG continua a ser uma consideração importante na tomada de decisões de investimento. “Mas é inegável que as entidades estão mais cépticas e submetem as credenciais dos gestores de ativos a um maior escrutínio para validar a boa-fé de uma empresa em matéria ESG”, sublinham. Para facilitá-lo, os selecionadores vão precisar de um vocabulário mais normalizado em torno do ESG, bem como uma melhor comunicação sobre as posições e o compromisso das carteiras.

Dito isto, a realidade é que as marcas de gestoras fortemente associadas ao investimento ESG, como a Robeco, Liontrust, Nordea AM e Pictet AM, viram a sua pontuação de marca cair em 2023, o que pode indicar que as caraterísticas de sustentabilidade são menos diferenciadoras neste clima mais cético. Foi proposta uma maior regulamentação como solução, mas as entrevistas realizadas pela Broadridge a selecionadores de fundos sugerem que isto poderá significar mais um obstáculo do que uma ajuda para a causa ESG.

Não obstante, embora as convicções ESG possam não ser o fator de mudança que foram na sua altura, vale destacar que 50% das primeiras marcas obtêm uma pontuação elevada neste âmbito. A Amundi, em particular, foi elogiada pela sua gama de investimentos sustentáveis, inclusive a sua oferta de ETF climaticamente neutros.

Outras tendências destacáveis

A expansão no espaço dos mercados privados é um diferencial emergente. A reputação da Schroders nos crescentes espaços de mercados privados e obrigações mitigou as críticas às comissões da empresa e permitiu a gestora limitar os danos causados à sua marca.

As obrigações foram um dos poucos pontos positivos num panorama sombrio, visto que os investidores avessos ao risco procuravam retornos garantidos. A força da PIMCO nas obrigações ajudou-os a recuperar uma posição entre as dez primeiras.

O clima europeu, relativamente à aversão ao risco, favoreceu os especialistas passivos. Em muitos casos, tal foi à custa dos especialistas ativos, embora os ETF ativos sejam um nicho em crescimento, que representam aproximadamente 5% da entrada total de ETF na Europa em 2023.