Bankinter revê em alta estimativa do crescimento do PIB para este ano

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Contando Estrelas, Flickr, Creative Commons

O Banco de Portugal já se tinha mostrado otimista nas projeções para a economia portuguesa, prevendo que o PIB chegue aos 1,8% já este ano graças às exportações e ao investimento. Agora é o Bankinter a rever em alta as estimativas para Portugal. A economia portuguesa “acordou” no último semestre do ano passado, “suportada pelo consumo privado e por uma recuperação do investimento”, revela o “Relatório de Estratégia de Investimento – Perspetivas 2º trimestre de 2017”, agora divulgado. 

Consumo privado ajuda PIB, mas abranda ritmo de crescimento

bankinterPara o Bankinter, a aceleração do PIB no terceiro e quarto trimestre do último ano tem um autor principal: “o consumo privado foi o grande responsável por esta aceleração, tendo sido ajudado por alguns fatores como o a queda da taxa de desemprego, a subida do salário mínimo, a reposição dos salários da função pública ou a redução da sobretaxa de IRS.” O forte desempenho do consumo privado e a recuperação no investimento levou a que a entidade revisse em alta a estimativa de crescimento do PIB para 1,6% este ano e 1,5% em 2018.

Contudo, do banco alertam para o “cariz transitório” dos principais impulsores do incremento do consumo privado aliado a uma reduzida taxa de poupança das famílias – fixada nos 4% do rendimento disponível, menos de um terço da média na Zona Euro (12,5%). Depois do aumento de 2,6% em 2016, o banco espera uma desaceleração gradual do aumento deste componente do PIB nos próximos dois anos (1,9% em 2017 e 1,7% em 2018).

Fragilidades persistem

Apesar do tom otimista, o departamento de Análise Financeira e de Mercados do Bankinter alerta para a persistência de “fragilidades estruturais”, como o elevado endividamento público e privado e a “pouca capacidade de concessão de crédito por parte dos maiores bancos nacionais”. “Além disso, as constantes alterações ao nível da fiscalidade e o aumento do salário mínimo são fatores que também não incentivam as empresas a investir”, dizem. Ainda assim, o mesmo relatório antecipa uma “redução gradual do rácio da dívida sobre o PIB até 128% em 2018” graças à estabilização do défice orçamental e do aceleramento no crescimento económico previsto. “De qualquer forma, o elevado nível de dívida deixa o país vulnerável a potenciais choques no acesso ao financiamento”, concluem.