Rui Castro Pacheco (Banco Best): “Ajustamos as propostas às necessidades dos clientes, dando resposta às suas questões específicas”

Rui Castro Pacheco e Ana Gomes Best consultoria
Rui Castro Pacheco e Ana Gomes. Créditos: Vitor Duarte

Depois de março de 2020 muitos foram os clientes que ficaram num impasse: “O que é que faço agora?”. São palavras e indecisões que Ana Gomes, CFA responsável pelo novo serviço  de consultoria para investimento do Banco Best, recorda agora à FundsPeople. A necessidade de incentivo para que alguns clientes voltassem ao mercado foi sendo registada pela entidade, o que também acabou por impulsionar o lançamento do serviço de consultoria de investimentos, que usufruirá de uma maior conexão e trabalho conjunto com as equipas homólogas do novobanco.

Neste momento, prestam então um serviço de consultoria que apelidam de pontual e não recorrente. Por outras palavras, e como explica Rui Castro Pacheco, responsável pela área de Investimentos da entidade, “fica ao critério do cliente, caso tenha havido alguma circunstância que se alterou, fazer um novo pedido de consultoria”. O conhecimento do cliente é, na verdade, uma peça-chave do processo: para além do preenchimento do questionário obrigatório, a equipa acaba por “fazer perguntas mais específicas”, de forma a “ajustar a proposta àquilo de que o cliente realmente necessita”.

Patamar de 75 mil euros

O cliente que entendem poder servir está bem definido quanto a montantes. Entendem que o serviço não faz sentido “para valores inferiores a 75 mil euros”, e Rui Castro Pacheco ilustra-o com um exemplo. “Se eu quiser aplicar 25 mil euros numa carteira equilibrada, esta tem de ter seis, sete ou oito linhas de ativos. Quando falamos de mercados emergentes, por exemplo, uma linha de apenas 500 euros acabaria por não compensar os custos de compra de um ETF, por exemplo”, ressalta.

E os ETF, a par de fundos de gestão ativa, são as soluções que uma carteira aconselhada pelo banco integra. Embora a equipa seja crente na gestão ativa, acabam por oferecer uma solução mista, “ou até carteiras apenas constituídas por ETF”, caso se adeque ao cliente. “Quanto mais o cliente sentir que as propostas são desenhadas face às suas necessidades, maior a propensão para que depois a proposta possa ser implementada”, enfatiza Ana Gomes.

Inclinação ESG

Embora a legislação que aplica na prática as preferências de sustentabilidade não esteja fechada, como recorda Rui Castro Pacheco, a entidade acompanha de perto a matéria, e quer dar passos em frente nesse sentido.

“Acreditamos que, no segundo trimestre, já todas as gestoras ajustaram a sua oferta e definiram em que artigo da SFDR se inserem os seus fundos - 6º, 8º ou 9º”, coloca. Nesse sentido, querem nessa altura “excluir fundos artigo 6º” das recomendações que fazem. “Queremos caminhar para um mundo em que não vamos recomendar fundos artigo 6.º”,  conclui.