Balanço do mês de maio feito pelos gestores que investem em ações ibéricas

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jimj0will, Flickr, Creative Commons

Depois de serem analisados os comentários de três gestores de fundos de ações (com recurso às fichas de produto mensais) percebemos que o mercado financeiro voltou a ter uma performance positiva, em certa parte devido à valorização do euro. Por sua vez, o PIB subiu 2,8% em Portugal e 3,0% em Espanha, no primeiro trimestre do ano, facto que foi referido pelos gestores como mais um bom indicador. De um modo geral, maio foi um mês positivo para esta categoria de fundos, algo assegurado pelos gestores que referem um aumento de confiança por parte dos investidores.

Segundo Pedro Maruny, gerente do fundo BPI Ibéria, da responsabilidade da BPI Gestão de Activos, “a generalidade dos mercados financeiros voltou a ter uma performance positiva”. Para felicidade dos investidores, Emmanuel Macron venceu as eleições francesas. A 8.624 quilómetros de distância, no Brasil deu-se o escândalo de envolvimento do presidente numa tentativa de suborno, o que levou a uma desvalorização do real, num país onde muitas empresas ibéricas têm uma forte exposição. “O mercado com melhor performance no mês foi o PSI20, que beneficiou da publicação do PIB do 1º trimestre que subiu 2.8%, o crescimento mais forte desde o final de 2007. Este desempenho foi resultado, por um lado, de um novo aumento do investimento, e por outro, de um crescimento sólido das exportações”.  No início do mês, o BCP deu sinais positivos com a subida da margem financeira, um bom controlo de custos e uma inversão na tendência de queda dos volumes de crédito. Os títulos que mais contribuíram para a performance do BPI Ibéria foram o BCP, a REN e a Sonae Indústria e as acções que mais prejudicaram a performance do fundo foram o Santander e a Telefónica, fruto da sua exposição à economia Brasileira.

O fundo IMGA Iberia Equities, gerido por Nuno Marques e da responsabilidade da IMGA Gestão de Ativos, apresentou uma valorização de 3,3% em maio, acima dos 2,8% registados pelo seu benchmark. Teve um retorno positivo devido às posições na Tubacex, Catalana Occidente, Euskaltel e EDP. Por outro lado, as posições detidas em Acerinox, Santander e Galp contribuíram negativamente para esse retorno. Relativamente aos mercados ibéricos, o desempenho foi díspar, “com o PSI20 a valorizar 8%, apresentando um dos melhores desempenhos do mês, e o Ibex a valorizar o mesmo que os mercados europeus, 1,7%”. “No campo macroeconómico, os indicadores divulgados mantêm a tendência de suporte ao crescimento, nomeadamente os indicadores preliminares da atividade económica em ambos os países a permanecer em níveis muito elevados e a confirmação dos níveis de crescimento do PIB no 1T17 de 3% e 2,8%, em Espanha e Portugal, respetivamente”. Ao longo do mês as pequenas capitalizações portuguesas com exposição doméstica estiveram em destaque, com as empresas de media, Cofina e Impresa, a valorizarem cerca de 47%. Em Espanha o destaque vai para as construtoras Sacyr e FCC, com valorizações de 15%, bem como para a Tubacex que valoriza 26,5% no seguimento da atualização positiva do seu livro de ordens.

Por sua vez, segundo o gestor responsável pelo fundo Invest Ibéria, Paulo Monteiro da Invest Gestão de Activos, “os mercados ibéricos mantiveram a tendência positiva dos últimos meses, suportados por bons indicadores macroeconómicos e pela perspetiva de recuperação dos resultados das respetivas empresas, considerando a melhora da confiança empresarial e dos consumidores”. Neste contexto de grande otimismo e considerando que o mercado ibérico acumula já ganhos significativos este ano, “reduziu-se a exposição ao mercado, com a tomada de algumas mais-valias e a compra de proteção através de derivados financeiros”. A taxa de desemprego manteve-se estável e a confiança dos investidores registou máximos de vários anos.