Santander inicia negociações exclusivas com o UniCredit para fusão da sua gestora com a Pioneer Investments

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Pioneer Investments

Federico Ghizzoni, CEO da UniCredit, tornou público ontem, no final do conselho, o início das negociações com o Santander. “Fizemos uma opção sobre um parceiro do mundo da gestão com o objetivo de criar uma das quinze maiores entidades da Europa”, explica Ghizzoni. Na opinião do CEO da entidade italiana, o Santander AM “encaixa perfeitamente com Pioneer Investments em termos geográficos e de negócio. Do grupo Santander, admitiram à Funds People as conversações que se estão a manter com a entidade italiana. 

Embora ainda se desconheçam os detalhes da operação, a ideia é de uma manutenção de um terço da nova gestora para cada um dos bancos - o espanhol e o italiano, ficando o resto sob a responsabilidade da Warburg Pincus e General Atlantic, fundos de capital de risco que fazem parte da atual estrutura acionista do Santander AM, dirigido por Juan Alcaraz. 

A gestora resultante da fusão integrará os cerca de 190.000 milhões de euros da Pioneer Investments com os 160.000 milhões de euros do Santander AM, dando origem a um grupo com ativos na ordem dos 350.000 milhões de euros. Uma operação deste tipo é a que procurava a gestora do grupo Santander para dar o salto ao mercado institucional, objetivo marcado após a entrada na estrutura de capital dos fundos de capital de risco no passado de ano de 2013. A Pioneer Investments conta com uma larga experiência, de mais de 85 anos, no negócio da gestão de ativos, desde o seu lançamento em 1928. 

A ideia seria que a empresa mantivesse o nome de Pioneer e tenha a sua sede em Londres, cidade onde o Santander AM, ao longo deste ano, passou a ter o seu centro de decisão. Ghizzoni reconhecer que entre os objetivos traçados para a nova sociedade estaria a colocação em bolsa nos próximos ano. Recorde-se que os fundos de capital de risco têm um prazo de quatro anos para sair do capital do Santander AM. Durante este tempo, a direção italiana não descarta a possibilidade de outras gestoras poderem integrar a nova entidade, abrindo, assim, a porta a um sócio asiático ou norte-americano.