Sasha Evers (BNY Mellon IM): “Simplificámos a nossa estrutura, o que nos permite ser mais eficientes”

Sasha Evers. Créditos: Cedida (BNY Mellon IM)

O papel de Sasha Evers na BNY Mellon Investment Management mudou. Aliás: ampliou. Depois de, há três anos, ter sido nomeado responsável de Distribuição de Retalho na gestora para a Europa, Evers assumiu, desde o mês passado, mais funções: dirigir também o negócio institucional da BNY Mellon IM no velho continente.

Reestruturação e métodos da gestora

"Unificámos a nossa estrutura, o que nos permite ser mais eficientes, mantendo linhas de conexão mais diretas com os country heads dos seis escritórios que temos na Europa, visto que esses responsáveis dos escritórios locais são também responsáveis nos seus países por ambos os segmentos de clientes. Simplificar a estrutura facilita as coisas a nível de reporting e, também, de estratégia", explica numa entrevista com a FundsPeople.

Na entidade, encontram-se na fase de avaliar se os processos são eficientes e de determinar se têm os profissionais adequados nos postos corretos. Neste sentido, para Sasha Evers, todos os mercados europeus nos quais a BNY Mellon IM está presente são importantes. No entanto, nos últimos anos, distribuiu mais recursos para reforçar três escritórios: o suíço, o italiano e o espanhol. “Sentíamos a necessidade de o fazer. Em Itália, contratámos um novo profissional para prestar serviço aos nossos clientes focados no segmento de retalho; na Suíça, fizemos o mesmo para o escritório de Genebra para cobrir o cliente francófono. Cada mercado apresenta as suas próprias particularidades”, sublinha. Na sua opinião, isto é muito evidente no segmento de investimento sustentável, em que as gestoras têm de fazer uma gestão muito específica dos riscos em ESG e, também, a nível de reporting.

O cliente institucional europeu está a exigir soluções sustentáveis ad hoc às gestoras internacionais, o que as obriga a fazer um grande esforço. “O serviço personalizado gera custos adicionais às gestoras. É necessário analisar cada oportunidade, olhando para a margem do negócio para avaliar se vale, ou não, a pena". Mas aquilo de que ninguém duvida é que a sustentabilidade tornou-se uma tendência na Europa, que avança a diferentes velocidades. “Em países como os Países Baixos, a França, Bélgica e os países nórdicos, a sensibilidade para o investimento sustentável é maior, e é onde a procura de soluções deste tipo é mais alta”. É algo que o gestor observa tanto no cliente institucional, como no de wealth management. “Atualmente, é muito difícil distribuir os fundos sustentáveis em França se os produtos não tiverem as etiquetas ou os certificados ESG correspondentes”.

Consequentemente, a inovação de produto na BNY Mellon IM está focada neste âmbito. Mais concretamente, em fundos de impacto de obrigações. “O lançamento de novas estratégias é atualmente mais difícil e, portanto, mais seletivo. Esse esforço de inovação tem de ser acompanhado por fluxos. Algo muito importante nesta indústria é que os fundos que dispomos aos clientes adquiram rapidamente uma dimensão adequada”.

Fundos de ações e obrigações

Em ações, Evers reconhece que, para ter sucesso, a gestora deve ter produtos de gestão ativa que se destaquem realmente. “Têm de o fazer do ponto de vista da inovação e da performance. É uma tendência que se observa na Europa, tanto no mundo institucional, como no de wealth management”, revela o especialista.

Nesta classe de ativos, o gestor observa atualmente mais procura em produtos globais por parte dos seus clientes europeus, embora se trate de uma classe de ativos em que a gestão ativa compete com a gestão passiva. Em obrigações, onde há menos pressão da gestão passiva, observa uma procura em estratégias que investem em dívida investment grade e, também, em dívida de buy & hold.

Fundos alternativos

A gestão alternativa, a classe de ativos onde, segundo Evers, o interesse do cliente é mais elevado, sobretudo a nível institucional, também merece destaque. “Embora as entradas se tenham moderado, continua a entrar muito dinheiro. Continua a haver muita procura por crédito privado e infraestruturas. É uma classe de ativos que faz sentido para clientes deste tipo. No segmento de wealth management, acho indicado para clientes de entre um a 10 milhões de património. Em segmentos abaixo desse nível, não acho que faça muito sentido”, aponta.

Abordagem

Mas também é importante diferenciar-se a nível de serviço. Por esse motivo, na BNY Mellon IM, desenvolveram uma nova ferramenta de otimização de carteiras, a Pinpoint, que oferece aos seus clientes a possibilidade de analisar as suas carteiras e testá-las, com o objetivo de identificar os vieses que apresentam, os riscos a que estão expostas, e os seus pontos fortes e fracos. “Esta ferramenta está feita para fornecer informação analítica aos assessores, para ajudá-los a tomar decisões de investimento para construir carteiras mais resilientes e refinadas, tendo em conta os objetivos de investimento, o apetite pelo risco e o horizonte temporal dos seus clientes”, conclui.