Antecipa-se uma "estabilização do montante dos fundos de pensões, apesar do aumento dos benefícios pagos e da diminuição do valor das contribuições em 2016", refere o mais recente Relatório de Análise de Riscos do Sector Segurador e dos Fundos de Pensões.
Na oitava edição do Relatório de Análise de Riscos do Sector Segurador e dos Fundos de Pensões, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões apresentou os dados relativos à evolução do sector dos fundos de pensões. Segundo a publicação, registou-se uma redução de 1% no primeiro semestre de 2016 no valor total dos fundos de pensões.
Fonte: ASF, Oitava edição do Relatório de Análise de Riscos do Sector Segurador e dos Fundos de Pensões
O resultado registado teve como principal causa a “redução dos montantes geridos relativamente aos planos profissionais e planos individuais de benefício definido”. Nos primeiros, a redução foi de 0,8%, sendo que nos segundos a redução fixou-se nos 7%. Nestes, a evolução negativa dos montantes geridos deveu-se “a uma quebra das contribuições e a um aumento dos benefícios pagos”, refere a publicação.
Montante global das contribuições diminui
O volume global das contribuições moveu-se no mesmo sentido, e no primeiro semestre de 2016 registou uma redução de 2,5% face ao período homólogo, que resultou da diminuição das entregas efetuadas para os planos individuais, de cerca de 70%. Esta diminuição “foi mais significativa ao nível das adesões individuais a fundos abertos”, que evoluiu negativamente em cerca de 80%. Contudo, “o valor relativo aos planos profissionais de contribuição definida registou um incremento de 2,1%”, pode ler-se no relatório.
Fonte: ASF, Oitava edição do Relatório de Análise de Riscos do Sector Segurador e dos Fundos de Pensões
Aumento do montante de benefícios pagos face ao mesmo período 2015
No que diz respeito ao montante dos benefícios pagos, “a variação homóloga face ao primeiro semestre de 2015 foi de 44,8%”. Este aumento registou-se em todos os tipos de planos, sendo que foi “mais expressivo ao nível dos planos individuais”, facto que resultou do “acréscimo das remições pagas por um dos maiores fundos que financiavam adesões individuais”, conclui a ASF.
Fonte: ASF, Oitava edição do Relatório de Análise de Riscos do Sector Segurador e dos Fundos de Pensões
Futuro próximo
Este ano ficará marcado pelo segundo exercício europeu de stress tests para o sector dos fundos de pensões profissionais, “onde se procurará analisar o impacto de um cenário adverso de mercado sobre os fundos de pensões e respetivos associados, bem como as consequências que daí possam advir para a estabilidade financeira e para a economia real”, afirma José Figueiredo Almaça, presidente da ASF. Por outro lado, em 2017 espera-se uma estabilização do montante dos fundos de pensões, ainda que os benefícios pagos tenham aumentado e o valor das contribuições tenha diminuído em 2016.