Semelhanças e diferenças entre o GS Japan Equity Portfolio e o GS Japan Equity Partners Portfolio

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Créditos: David Edelstein (Unsplash)

“Os astros alinharam-se para o investimento no Japão. O momentum é muito bom para a bolsa nipónica”. Foi esta a mensagem que Ichiro Kosuge, gestor de ações japonesas na Goldman Sachs AM, transmitiu aos investidores na sua recente visita à Península Ibérica. Na sua opinião, os argumentos estão a favor do mercado japonês. “O Topix negoceia com um PER de 14 vezes. Apesar da valorização em 2023, continua nos níveis médios históricos. O rácio pode ser superior ou inferior, mas não há dúvida de que está barato”, sublinha. 

Ichiro Kosuge enumerou alguns fenómenos que estão a ajudar a impulsionar a bolsa japonesa. Entre eles citou o facto de muitos jovens estarem a transferir as suas posições em liquidez para ações japonesas. Ou o facto dos fundamentais das empresas nipónicas se encontrarem atualmente numa boa posição de tesouraria para poder reinvestir nos seus negócios. “70% do mercado japonês é dominado por investidores estrangeiros e o sentimento relativamente ao Japão é atualmente muito favorável. O rally não terminou, mas ser seletivo é essencial”, afirma. De facto, segundo a área de Research da Goldman Sachs, o Japão é a região onde observam um maior potencial de subida a 12 meses. 

Ichiro Kosuge trabalha há mais de 30 anos na indústria. Os últimos 19 foram passados na Goldman Sachs AM, onde é gestor de duas estratégias de ações japonesas: o GS Japan Equity Portfolio e o GS Japan Equity Partners Portfolio. O segundo conta este ano com Rating FundsPeople. “Os dois têm tido desempenhos muito bons a longo prazo. O pior cenário para ambos é quando há um rally value de mercado impulsionado pelo sentimento e não pelos fundamentais, como o que vimos no início de 2022. É algo que acontece no mercado japonês a cada três ou quatro anos, embora normalmente se inverta em um ou dois trimestres”, afirma. 

Semelhanças e diferenças entre ambos os fundos

Na FundsPeople quisemos analisar as semelhanças e diferenças entre ambos os produtos. No que diz respeito aos pontos em comum, ambos são fundos geridos pela equipa de ações japonesas da GSAM, que seguem um processo de investimento de análise fundamental (bottom-up) e que comparam o seu comportamento com o Topix, índice que utilizam como referência. O GS Japan Equity Portfolio tem mais track record do que o GS Japan Equity Partners Portfolio, uma vez que foi lançado em 1996, enquanto o segundo foi criado em 2012. No entanto, o GS Japan Equity Partners Portfolio tem mais ativos (4.860 milhões de euros, versus 1.600).

No que diz respeito à filosofia que seguem, o GS Japan Equity Portfolio tem como objetivo constituir uma carteira que combine oportunidades de investimento a longo prazo com outras ideias, mais táticas, com um horizonte de investimento curto-médio. Aposta numa carteira diversificada, composta por entre 60 a 120 empresas. Por outro lado, no que diz respeito ao GS Japan Equity Partners Portfolio, procura focar-se em empresas com um modelo de crescimento único que esteja menos exposto aos altos e baixos do ciclo económico. No seu caso, Ichiro Kosuge prefere uma carteira mais concentrada, onde pode haver entre 25 a 40 nomes.

Esta diferença de estilos tem efeitos na rotação das carteiras, que é diferente consoante o fundo. No primeiro, como existem investimentos mais táticos, é de 100% anual. No segundo, como são ideias de investimento a longo prazo, o turnover é mais baixo, situando-se entre 30% e 50%. Por dimensão das empresas em que investe, também há diferenças significativas. O GS Japan Equity Portfolio é uma estratégia all cap, embora se centre principalmente em grandes capitalizadas. No entanto, no GS Japan Equity Partners, a maioria da carteira está em empresas com uma capitalização de mercado superior a 5.000 milhões de dólares.

O peso que uma ação individual pode ocupar na carteira também é diferente consoante o fundo. No GS Japan Equity Portfolio não pode ser 3% superior ou inferior ao peso que essa empresa tem no Topix. A filosofia do GS Japan Equity Partners Portfolio é diferente: Ichiro Kosuge tem mais liberdade e o peso máximo de uma ação na carteira pode ir até aos 10%. Por último, está o objetivo de rentabilidade, que também difere. O gestor procura para o GS Japan Equity Portfolio uma rentabilidade bruta sobre o Topix de 3%. Para o GS Japan Equity Partners Portfolio o seu objetivo é gerar uma rentabilidade absoluta entre 8% e 10% num ciclo de mercado.