Florian Grandcolas é o responsável global de fixed income products specialists na AXA Investment Managers e veio a Lisboa apresentar os seus argumentos a favor do investimento no segmento de obrigações... de curto prazo.
Florian Grandcolas (na foto) é o responsável global de fixed income products specialists na AXA Investment Managers e veio a Lisboa apresentar os seus argumentos a favor do investimento no segmento de obrigações... de curto prazo.
Contextualizando, depois de um ano marcado por resultados semi-inesperados das eleições nos EUA e do referendo do Brexit, um preço do petróleo volátil e pela constante especulação acerca do sentido das políticas monetárias dos principais bancos centrais, o profissional da casa de investimentos francesa acredita que em 2017 veremos uma normalização da economia. “Esperamos uma aceleração do crescimento, e isso significa também uma aceleração da inflação e, em consequência, a normalização das políticas monetárias”, refere. “No entanto, consideramos que, por um lado, um grande risco este ano serão as eleições na União Europeia, especialmente as francesas e, por outro, as subidas de taxas de juro criam uma conjuntura muito complicada para os investidores no segmento de obrigações”.
Fonte: AXA IM, fevereiro de 2017
Passado VS Futuro
“Nos últimos anos, desde a crise financeira global, os mercados foram marcados pela intensa intervenção dos bancos centrais, pelo quantative easing e, apesar deste, por um período longo sem inflação”, descreve Grandcolas.
Fonte: AXA IM, fevereiro de 2017
“Agora, observamos então o início da normalização económica e monetária, preços do petróleo mais elevados e os preços de outras matérias primas a estabilizar, o que cria um contexto em que é expectável que inflação suba e a as curvas de yields ganhem inclinação”, acrescenta.
Fonte: AXA IM, fevereiro de 2017
Onde está o valor?
“Se esperamos que as taxas subam, é difícil estar positivo em duration, especialmente quando partimos de um ponto em que vemos taxas nulas ou negativas. Com uma posição relativamente longa em duration, se as taxas sobem será difícil conseguir retornos positivos. Por outro lado, o crédito proporciona o acesso a um spread, que atua como uma almofada que compensa o risco de subida de taxas”, explana o profissional.
Florian Grandcolas considera que a decisão mais inteligente passa por evitar assumir o risco duration, investindo em produtos que proporcionem um spread e ou protegem contra a inflação, “já que a inflação é logicamente muito correlacionada com as taxas de juro”. Um sweet spot é, para o especialista da AXA IM, o investimento em estratégias de short duration.
Fonte: AXA IM, fevereiro de 2017
“Quando estamos perante expectativas de volatilidade nos mercados e subidas de taxas de juro, e queremos manter a liquidez e ter alguma visibilidade, as estratégias short duration vêm satisfazer todos os requisitos”, explica. Entre as vantagens, o profissional destaca, a proximidade da maturidade dos ativos e a consequente facilidade de manter uma estratégia hold to maturity, o que num contexto de vendas forçadas proporciona também alguma proteção. Finalmente, Grandcolas aponta os cash-flows regulares que permitem o reinvestimento em contexto de subida de taxas de juro e os reduzidos custos de transação, em investimentos mantidos até á maturidade.