Stéphane Fraenkel (Groupama AM): “As ações small e mid-cap estão posicionadas em nichos altamente especializados e podem continuar a crescer"

Stéphane Fraenkel Groupama
Stéphane Fraenkel. Créditos: Vítor Duarte

O subdiretor de Ações e Convertíveis da Groupama AM, Stéphane Fraenkel, em conversa com a FundsPeople, aborda o tema das ações europeias de pequena e média capitalização.

Por que considera que ações europeias de pequena e média capitalização fazem sentido neste momento?

Quando escolhidas cuidadosamente, as ações de pequena e média capitalização podem desconectar-se de um ambiente económico geral porque estão posicionadas em nichos altamente especializados. Nestes nichos, podem continuar a crescer porque são muito maduras e também muito inovadoras e podem, de certa maneira, criar o seu próprio mercado. É exatamente este o objetivo do Avenir Funds: identificar e selecionar este tipo de empresas para construir um portefólio com um número limitado de empresas de alta qualidade sobre as quais os gestores de carteiras têm uma elevada convicção.

O que existe de mais importante e único na vossa abordagem ao investimento neste segmento de mercado em comparação com a concorrência?

Temos uma filosofia de investimento de médio e longo prazo que nos leva a dedicar muito tempo e esforço na análise fundamental das empresas que investigamos. Somos altamente seletivos em relação às empresas em que investimos. O nosso primeiro critério é selecionar apenas empresas de elevada qualidade que tenham, por exemplo, elevadas barreiras à entrada, elevado poder de fixação de preços, liderança incontestável no mercado e modelos de negócios superiores com elevada rentabilidade e um balanço forte. Mas não nos limitamos a isso. Queremos investir apenas em empresas que têm fortes perspetivas de crescimento a médio e longo prazo (temos um horizonte de investimento a cinco anos e, portanto, olhámos além dos resultados dos próximos 12-24 meses, ao contrário de muitos outros investidores). Assim, a nossa carteira caracteriza-se por uma alta concentração (geralmente à volta das 45-50 empresas) e por um baixo turnover (geralmente à volta dos 30%).

Também nos envolvemos em diálogos produtivos com as empresas da nossa carteira sobre as políticas ESG e sobre como nos podem dar mais visibilidade e dados e também melhorar as suas práticas. Isto é algo muito consistente na nossa filosofia de investimento e está também bem alinhado com a nossa classificação do artigo 8.º SFDR e com o nosso selo SRI Francês (para o Groupama Avenir Euro e para o G Fund Avenir Europe).

Quais são os passos mais importantes e únicos do processo de investimento e detalhes da filosofia?

O nosso processo de investimento é bastante rigoroso e é o pilar do trabalho da equipa de investimento. Sempre que uma empresa não satisfaz um dos nossos critérios de investimento, não investimos nessa empresa. Já descrevi os primeiros dois critérios: qualidade da empresa e as suas perspetivas de crescimento. O terceiro critério está relacionado com a valorização: investimos apenas em empresas que pensamos ter um forte potencial de valorização. E, por último, adiamos o investimento numa empresa quando pensamos que existe um risco importante a curto-prazo, por exemplo nos próximos resultados trimestrais ou porque há uma mudança na gestão.

Quais são as histórias de investimento na carteira que melhor refletem essa filosofia?

Acreditamos que todos os nossos investimentos representam a nossa filosofia. Mas podemos mencionar a Teleperformance (líder em outsourcing de relação de clientes), a ASM International (fabricante de equipamento semicondutor) ou a Carl Zeiss Meditec (equipamento e consumíveis de cirurgia cerebral ou ocular) que estão entre as nossas 10 maiores participações tanto no Groupama Avenir Euro como no G Fund Avenir Europe.