Subscrições líquidas em fundos verdes sobem expressivamente em 2019

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Os fundos de investimento com critérios ESG (ambientais, sociais e de governance), são produtos cada vez mais populares por toda a Europa. Seja pelo bom desempenho que têm tido ou pela maior consciencialização para as alterações climáticas, a verdade é que este é um mercado que tem vindo a atrair muitos investidores. Os portugueses não são exceção.

No Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários, publicado recentemente, a CMVM tira algumas elações quanto ao comportamento dos fundos de investimento sustentáveis disponíveis em Portugal em 2019 e à sua relação dos investidores nacionais.

No que concerne a estratégia de investimento sustentável, é referido no relatório que a exclusão de indústrias ou setores específicos das carteiras mantém-se como a mais frequente, face a 2018. Seguem-se a inclusão sistemática e explícita de fatores ESG na análise financeira do projeto e a estratégia em que os acionistas influenciam as decisões estratégicas com objetivos ESG.

É também destacado pela CMVM que, apesar de os investimentos classificados como negative/exclusionary screening terem constituído uma estratégia de investimento ESG inicialmente usada, nos últimos anos têm sido desenvolvidas de estratégias de maior ativismo. Entre essas estratégias estão a seleção de empresas com melhores desempenhos ESG ou que preenchem determinadas normas.

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Subscrições líquidas aumentam

Segundos dados do relatório acima referido, em dezembro de 2019 estavam registados em Portugal cinco fundos ESG que, no seu conjunto, totalizam 272 milhões de euros subscritos por 18 309 participantes, na sua esmagadora maioria investidores particulares (99,2%).

As subscrições líquidas registadas por estes fundos foram positivas nos três últimos anos. Muito embora tenham diminuído de 2017 para 2018, no ano passado subiram expressivamente, como se pode ver no gráfico seguinte.

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Quanto a rentabilidades, em 2019, estes fundos ESG registaram, para o mesmo grau de risco, rentabilidades comparáveis às de fundos que não possuíam uma estratégia de investimento sustentável, pode ler-se no relatório.

Segundo o regulador, estes fundos ESG disponíveis em Portugal excluem da carteira as entidades envolvidas direta ou indiretamente em setores considerados controversos, sendo que dois quais recorrem empresas listadas no STOXX ® Sustainability Index. Além disso, um dos fundos seleciona os investimentos em obrigações que respeitam os constituintes do Barclays MSCI Euro Corporate SRI + ESG Index.