No seu outlook para 2017, Bernardo Godinho do Atlântico Europa considera que a economia norte-americana está num “sweet spot” e vê valor nos mercados de ações desenvolvidos e emergentes.
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Com os olhos postos no novo ano, Bernardo Godinho, head of capital markets do Banco Privado Atlântico Europa, dá voz às expectativas e desafios para 2017. No banco, esperam que a economia mundial continue a crescer no novo ano, impulsionada pelos mercados desenvolvidos, mas também pelos mercados emergentes. “Estaremos particularmente atentos ao desempenho da economia europeia e ao impacto da presidência Trump na economia e no mercado norte americano e mundial, mas também ao desempenho dos emergentes, que têm potencial de surpreender pela positiva”, destaca o profissional da entidade.
Enquanto que a expectativas são positivas para o mercado acionista, seja nos EUA, Europa ou mercados emergentes, Bernardo Godinho aponta que “no mercado de obrigações, as oportunidades são muito limitadas, especialmente quando comparadas com ações”. Para o especialista, a generalidade dos mercados continua a oferecer taxas historicamente muito baixas face ao risco subjacente. No entanto, “o mercado de high yield europeu e norte americano são duas exceções onde ainda podemos encontrar valor - especialmente dado os baixos níveis de incumprimento -, tal como os mercados emergentes, que continuam a oferecer taxas interessantes”.
Bernardo Godinho considera que em termos geográficos, “a economia norte americana parece estar num “sweet spot”, com uma economia a crescer moderadamente, próxima do pleno emprego, e com a inflação controlada”. Justifica com os lucros das empresas do S&P 500 que estão próximos dos máximos históricos, e prometem continuar a crescer nos próximos trimestres. “Também estamos moderadamente positivos para a Europa, que tem mostrado sinais de recuperação em termos de crescimento económico e de resultados empresariais, e que apresenta um desconto interessante vs EUA, e deverá continuar a ser beneficiada pelo programa de QE do BCE, bem como pela fraqueza do Euro e do preço do petróleo”, resume.
No que concerne aos mercados emergentes, do banco mantêm uma perspectiva positiva para alguns mercados, particularmente a Ásia. “A recuperação do preço das matérias-primas, o aumento da atividade económica, o regresso ao crescimento dos lucros (após 4 anos de estagnação), bem como o desconto de cerca de 20% destes mercados vs os mercados desenvolvidos, parecem-nos constituir uma proposta de valor interessante a médio prazo”.
Desafios para indústria
De forma resumida, o profissional do Atlântico Europa salienta que espera que 2017 seja um ano desafiante, “devido à situação macroeconómica delicada, à crescente concorrência no sector e aos novos desafios regulamentares, em especial a DMIF 2”.
Principais riscos
Bernardo Godinho considera que os principais riscos prendem-se com situações geopolíticas inesperadas. O profissional dá vários exemplos para ilustrar esta ideia, como o reacendimento de conflitos na Europa de Leste ou uma guerra comercial entre os EUA e a China, a degradação da coesão da União Europeia ou da NATO devido a ondas populistas, ou outras situações que poderão levar à alteração das expectativas dos investidores, como um nível de inflação acima do esperado ou tapering do programa de QE do BCE, por exemplo.
Estratégias de investimento para o novo ano
Questionado sobre quais as melhores estratégias para enfrentar um ano que promete ser incerto, Bernardo Godinho recomenda três fundos:
Obrigações – Legg Mason Western Asset Macro Bond – Fundo flexível que investe nas melhores ideias, e que pretende obter “alfa” independentemente do contexto das taxas de juro (Blockbuster Funds People);
Misto - Amundi First Eagle International – Fundo com um longo histórico de boa performance ajustada pelo risco. O gestor soube ultrapassar a maior parte dos obstáculos das últimas 2 décadas (com exceção de 2008), sabendo equilibrar a exposição a ações e obrigações na dose certa; (Segundo os critérios Funds People, este produto ostenta o selo de Blockbuster).
Ações – Deustche Invest I Top Dividend – Fundo agressivo com exposição global, baseado numa estratégia de seleção de empresas com potencial de sustentabilidade e crescimento de dividendos. Excelente relação risco retorno desde o lançamento, com destaque para a gestão do risco nos períodos mais adversos. (Este fundo ostenta três selos Funds People: é um dos favoritos dos Analistas, é Blockbuster e é, também, Consistente).