Para Francisco Falcão, neste cenário a reversão da globalização contribuirá para acelerar os processos de automação, pelo que a estrutura etária que caracteriza essas economias poderá ser um entrave ao desenvolvimento social. “Nas economias mais desenvolvidas, onde se desenvolvem mais estes processos de automação, a idade da força de trabalho é muito elevada em termos históricos, sendo mais difícil a reconversão para outras funções”, recorda.
Na opinião do profissional, “esta ideia de reskilling, mesmo que teórica, é aquela que agora se coloca em cima da mesa, porque ainda ninguém apareceu com uma ideia melhor de tributação ou de outra forma de redistribuição do capital. Mas acho que, na prática, estas questões não assim tão fáceis de implementar como possa parecer”, referiu.
Em termos sociais, o profissional não tem dúvidas de que todas estas questões em debate são negativas. A solução do reskilling, admite que teria uma vantagem, claro, que é da “força de trabalho ser absorvida”. Contudo, aponta um ponto indireto importante: “Como é que se sustentam os níveis de consumo?”, reflete, e dá o exemplo de Portugal. Um país que, na sua opinião, tem bastante dependência do Estado e dos benefícios sociais. “Isso é exatamente o oposto do que gostávamos de ver como investidores… queremos assistir a crescimento!”, rematou.
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