Revisitar uma 'máquina' já conhecida
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Enquanto espero ansiosamente pela há muito aguardada, versão ‘Type R’ do Honda Civic, surgiu entretanto a oportunidade para revisitar o Civic de 5 portas ‘convencional’, alvo de um ‘facelift’ para 2015.
Em 2012, já tinha tido a oportunidade de o ensaiar, na altura na versão 1.6i-DTEC ‘Sport’. Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=cFrp9SYu6Cc
Para este modelo 2015, a Honda decidiu rever alguns aspectos estéticos, conferindo-lhe uma nova imagem inspirada no flagship ‘Type R’, realçada pelos novos faróis com luzes diurnas integradas e novos para choques que lhe conferem um ar (ainda) mais esguio. As alterações foram extensíveis à traseira, com novos para choques, spoiler traseiro e farolins em LED. As zonas laterais também foram retocadas com novos spoilers. Estas modificações, para além da melhoria visual, e de acordo com a marca, contribuem ainda para a melhorar a resposta e a estabilidade, especialmente em alta velocidade.
Mas nem só de alterações estéticas vive o novo Civic, pois houve lugar a melhorias que escapam à vista desarmada. Para este ano, ganhou não só suspensões totalmente novas, como uma nova direcção assistida eléctrica. Para além disso, passou a ser de série a disponibilização do sistema CTBA (City Brake Active System), o qual, através de um sistema de radar, lê a estrada à frente e, em velocidades até 30km/h, aplica automaticamente os travões, caso detecte o risco iminente de colisão.
A motorização ensaiada voltou a ser a 1.6 diesel de 120cv e aqui, é caso para afirmar ‘Equipa que ganha não muda!’. Tal como na geração anterior, a suavidade e silêncio de funcionamento são pontos fortes, o que ainda assim não impede um nível prestacional interessante, facilmente comprovado por uma velocidade máxima de 207km/h e uma aceleração dos 0-100 em pouco mais de 10seg!
Pude rodar com este novo Civic por largas centenas de quilómetros em Auto-Estrada e, em velocidades médias que ultrapassaram ligeiramente os limites legais permitidos, ao completíssimo computador de bordo não foi permitido indicar consumos médios superiores a 5.6l/100. Não é de admirar portanto que a marca anuncie emissões de apenas 94g/km!
A boa insonorização e um elevado conforto geral contribuem para uma agradável sensação de bem estar a bordo, com espaço generoso para 4 adultos e uma bagageira com 477 litros de capacidade, capaz de fazer a concorrência corar de vergonha.
A qualidade de construção, materiais usados e rigor de montagem é claramente ‘up-market’ e só continuo a ter alguma dificuldade em me habituar à instrumentação em planos/campos visuais separados. O aspecto ‘space shuttle’ do cockpit poderá não ser do agrado de todos, mas algo que não desiludirá ninguém é o manuseamento absolutamente brilhante da caixa. É quase uma pena que o motor seja tão cheio de binário desde rotações mais baixas e que dispense, assim, um uso mais frequente do selector!
O preço pedido para esta versão 1.6i-DTEC ‘Elegance’ (que já cumpre a norma Euro 6), é de 26.725€, sendo possível adquirir a versão ‘Comfort’ por menos 1.100€. As versões de topo ‘Executive’, nesta motorização, já ultrapassam os 32.000€.
Quando comparado com alguns concorrentes de peso, Opel Astra e VW Golf, o preço do Honda acaba por ser inferior, mas a sua estética ‘Love it or hate it’ poderá ser um elemento decisivo na hora de passar o cheque.
Mas verdade seja dita, num parque automóvel tão ‘main stream’ e cinzentão como o nosso, umas salpicadelas de azul só lhe ficam bem.