UBS compra o seu rival Credit Suisse por 3.250 milhões de dólares

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Créditos: Ronnie Schmutz (Unsplash)

Depois de um fim de semana de intensas negociações, o UBS acordou a compra do seu rival Credit Suisse por um valor de 3.250 milhões de dólares. O preço é metade do valor de mercado que tinha a entidade no fecho da passada sexta-feira, mas superior às duas ofertas que, segundo o Financial Times, tinham oferecido previamente (1.000 milhões de dólares e 2.000 milhões). "Segundo os termos do acordo de fusão, todos os acionistas do Credit Suisse receberão 1 ação do UBS por 22,8 ações do Credit Suisse", afirma a entidade adquirida.

Esta integração dos grandes bancos suíços recebeu a autorização das autoridades suíças. "É uma solução apoiada pelo governo, que garante as condições macro para o seu êxito", disse o presidente da Suíça, Alain Berset e foi levada a cabo sem ter que contar com a aprovação dos acionistas, devido "à urgência que promulgou o Swiss Federal Council" alegando o forte impacto que tem o setor financeiro na economia suíça.

Segundo comunicou o próprio Credit Suisse, espera-se que a fusão de ambas esteja terminada no final deste mesmo ano. Entretanto, "o Credit Suisse continuará a operar no curso ordinário das suas atividades e a aplicar as suas medidas de reestruturação em colaboração com o UBS".

Como se chegou a este ponto?

O rastilho do Credit Suisse não acendeu por causa da quebra do banco americano, mas sim pela recusa de um dos seus maiores acionistas de continuar a injetar dinheiro na entidade. "As quedas estão a acontecer depois do presidente do Banco Nacional Saudita, Ammar Alkhudairy, que comprou uma participação de 10% no Credit Suisse no ano passado, ter descartado proporcionar ao banco mais ajuda financeira", explicavam da A&G.

Estas declarações chegaram depois de o Credit Suisse ter revelado que o seu auditor, a PwC, identificou "debilidades materiais" nos seus controlos de informação financeira. Os Credit Default Swaps (CDS) a um ano do Credit Suisse, que indicam a predisposição de queda dos investidores, aumentaram até 800 pontos base na quarta-feira, a partir dos 250 pontos base de princípio do mês. O banco, além disso, já há muito tempo que gerava dúvidas entre os investidores, como demonstra o facto de ter perdido cerca de 70% do seu valor desde princípio de 2022.

O que muda para a gestão de ativos e de riqueza

Como se pode perceber através da documentação divulgada pelo UBS imediatamente após a convocatória com os acionistas, na área da gestão de ativos, os ativos sob gestão da UBS AM passaram de 1,1 biliões para 1,5 biliões. A entidade sobe assim no ranking das gestoras de ativos europeias, da quinta para a terceira posição, (enquanto globalmente da décima nona posição para a décima primeira). Alternativos, ativos temáticos e indexados são indicados como ativos sinérgicos.

No que diz respeito à Global Wealth Management, como podemos ver na imagem acima, passa de ativos de 2,8 biliões de dólares para 3,4 biliões, atingido um número total de ativos sob gestão que alcançam uma quota de cinco biliões.