UBS ETF dá passo em frente no mercado e disponibiliza gama em Portugal

Pedro_Coelho UBS
Cedida

A UBS ETF é o quarto maior provedor de ETFs na Europa em termos de gama total. A especialização em ETFs de réplica física (compõem 85% da oferta da entidade), por seu lado, permite-lhes alcançar o terceiro posto no ranking dos maiores players europeus a este nível.

Recentemente, a UBS ETF – equipa dedicada ao ramo da gestão passiva, com recursos próprios e identidade própria – ganhou novo fôlego no mercado ibérico, pois os ETFs passaram a estar disponíveis também em Portugal. Em conversa com a Funds People, Pedro Coelho, diretor da UBS ETF para Portugal e Espanha, começou precisamente por explicar que “esta linha de negócio está a ser lançada nos diferentes países através das equipas locais dedicadas, com o impulso e apoio dos respetivos sales specialists”.

Com uma gama de ETFs UCITS, maioritariamente de réplica física, Pedro Coelho fala precisamente do que os distingue a esse nível. Assinala o “histórico bastante sólido” que os fundos cotados de réplica física da casa têm alcançado, e acredita que é precisamente neste tipo de ETFs “que os investidores mais estão a apostar”. Da UBS fazem portanto um esforço “por disponibilizar todo o tipo de ETFs que sejam feitos em réplica física, não só em equity mas também em fixed income”. Atribui-lhes o epíteto de “eficientes”, avaliação justificada, em termos gerais, por um tracking difference reduzido.

Precisamente esse tracking difference – que representa a diferença de retorno entre o ETF e o seu índice subjacente – fornece um novo significado à palavra “gerir”, num universo em que esta palavra poderia, à partida, não se encaixar tão bem. Pedro Coelho explica: “Executamos um processo de gestão dos ETFs em que o principal objetivo é minimizar esse tracking difference e mesmo conseguindo que alguns deles batam o benchmark, ainda que o fundamental seja que o ETF ofereça sempre uma rentabilidade que esteja de acordo com o índice que se propõe replicar”. Um feito que à primeira vista pode parecer estranho, mas cuja explicação tem vindo a tornar-se mais mediatizada.

Eficiência

A título de exemplo, o profissional assinala o UBS ETF MSCI EMU, que em diferentes períodos tem sido capazde bater o seu benchmark, depois de comissões. Como? “O nosso processo tem como objetivo primordial minimizar esse tracking difference, e conseguimos bater o índice por causa de factores como a gestão do ponto de vista fiscal, a otimização do processo de carteira quando há alterações no benchmark, o pagamento de dividendos ou a própria estrutura do ETF no que diz respeito aos empréstimos de títulos”, enfatiza.  Ao nível dos empréstimos de títulos efetuados com base nos ativos do ETF a palavra “cautela” é essencial. O diretor da UBS ETF para Portugal e Espanha indica que o empréstimo de títulos tem de ser gerido com “um controlo de risco muito apertado”. No campo das ações, prossegue, só fazem “lending de 50% da carteira”, e em fixed income não chegam a fazer. Também no campo dos ETFs de ações ISR (investimento socialmente responsável) não há lugar para empréstimos de títulos. “O colateral pode ser controlado no que toca à sua qualidade, mas não no que toca ao seu cumprimento de critérios ISR”. Nesse sentido, explica que o ETF da casa que cumpre critérios ISR, cumpre-os a 100%, em qualquer altura de mercado.

Investidor português na mesma linha do europeu

Do sentimento de mercado que ausculta do investidor português, poucas diferenças nota face ao espanhol ou até italiano. “Os fluxos deste ano na Europa comprovam o interesse em ações, e os investidores portugueses não são exceção”, assinala o especialista, realçando que, contudo, os investidores do sul da Europa continuam a ser propensos ao fixed income. Neste campo estão alocados 20% dos seus ativos da gama passiva (correspondentes a 8 mil milhões de euros), e no futuro querem incrementá-la ainda mais. “Vemos no âmbito do fixed income uma grande necessidade e procura, pois o investidor do sul da Europa é um investidor não só em dívida emergente, como também em investment grade europeu, governos europeus, inflation linked bonds, e produtos com menor volatilidade e que lhes permitam proteger a carteira”, refere.

Na calha da inovação, a UBS ETF também não foge à “moda” dos ETFs smart beta e aos já referidos ETFs ISR. Pedro Coelho acredita que a formação dos investidores ainda não é grande para perceber este tipo de produtos, mas na entidade esforçam-se pelo desenvolvimento de novas ideias. Realça por exemplo a parceria com o MSCI na criação de novos índices de ações, e com a Bloomberg no campo do fixed income. Lembra que os ETFs smart beta da casa nasceram precisamente da parceria com o MSCI. “Foram criados índices em conjunto, que passado um período de tempoforam abertos à concorrência”, realça. Mais recentemente fala ainda da criação de um ETF multi factor a partir de “um índice totalmente novo”, também em exclusividade com o MSCI. Este produto é constituído por seis factores - quality, dividend, prime value, low volatility, momentum e size – “ponderados de forma igual”.

Gestão passiva vs ativa

Estranho seria terminar a conversa com o profissional sem abordar o tão falado tema da gestão passiva vs ativa. Para Pedro Coelho esta não se trata de uma guerra, mas sim de um paradigma que foi mudando ao longo dos tempos. Entende que os gestores de carteiras, a determinada altura, se perceberam que de facto “há uma gestão ativa boa, mas, por outro lado, um universo de fundos que se diziam ativos mas que não o eram realmente”. Foi olhando para estes últimos que muitos investidores profissionais, na sua opinião, descobriram “quais os benefícios que alguns ETFs têm”. Os fundos cotados “permitem aos gestores ativos fazerem uma coisa que é difícil de fazer no âmbito da gestão ativa: não ter volatilidade ao nível do beta.  Acredito que essa é uma das principais razões pelas quais os gestores ativos têm vindo a escolher os ETFs para integrar as carteiras”, finaliza.