Para Jorge Silveira Botelho as ações europeias continuam a merecer um posicionamento bullish da sua parte, com as valuations a mostrarem-se bastante “atrativas”, em concreto quando comparadas com o universo dos mercados desenvolvidos como um todo. Embora, na sua opinião, existam “muitos fatores que já estão considerados no preço” destes ativos, os lucros das empresas sofrerão repercussões. “No primeiro e segundo trimestres do ano, veremos problemas relacionados com os lucros das empresas, dependendo, claro, de qual o setor que está a ser analisado”, referiu.
Num tom positivo, o CIO acredita, contudo, que “se assistirmos a um atenuar das condições atuais, o foco passará a ser de novo nas condições endógenas resultantes do fortalecimento da economia na pandemia”.
Quando o assunto são as dinâmicas de inflação, o profissional já vislumbra alguma “preocupação”. “No final de contas, percebeu-se que, apesar da inflação não ser uma tema estrutural de médio longo prazo, estas dinâmicas de curto prazo, são mais permanentes do que se pensava inicialmente e é provável que só vejamos um decréscimo da inflação no próximo ano”, prevê. E são precisamente as dinâmicas de inflação que conduzem ao que apelida de “maior problema” na região.
“Não existe qualquer tipo de pressões salariais na região e, portanto, com uma inflação elevada temos salários reais negativos. Neste contexto, existe uma menor capacidade de poder de compra pelos consumidores. Para mim, esse é, de facto, o grande risco: uma degradação do poder de compra na Europa”, sublinhou.
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