Nuno Marques, em entrevista à Funds People, fala do galardão que a Euronext atribuiu recentemente ao fundo da IM Gestão de Ativos que está sob a sua alçada.
Como habitual todos os anos, os Euronext Lisbon Awards premiaram também a excelência na indústria de fundos de investimento. Na categoria ‘Investment Fund/Open Pension Fund in Portuguese Stocks’ a menção de 2015 para o fundo que realizou “o maior esforço de investimento em ações cotadas na NYSE Euronext Lisbon, relativamente à sua carteira inicial de ações nacionais” coube ao IMGA Ações Portugal.
O produto gerido pela IM Gestão de Ativos e a cargo de Nuno Marques tem, segundo este último, algumas caraterísticas que o fizeram brilhar perante os outros nomeados. “Uma gestão prudente num ambiente difícil de mercado ajudou bastante”, começa por dizer, referindo-se à atribuição do prémio. “Tivemos um balanceamento entre posições mais defensivas no próprio portefólio, com uma gestão muito mais tática nalguns sectores que se tornaram bastante mais cíclicos e voláteis, como é o caso da banca. Foi esse balancear entre os dois tipos de posições com características completamente distintas que nos permitiu alcançar um retorno interessante ao longo do ano passado”, conta.
Recente turbulência cria oportunidades de investimento
O profissional relata que a IM Gestão de Ativos descarta no seu cenário base uma possível recessão, sendo por isso este um contexto de “oportunidades muito importantes, nomeadamente em Portugal”. Concretiza: “As oportunidades mais interessantes podem ser divididas em três blocos: algumas empresas exportadoras, como por exemplo a Portucel, que transacionam a níveis de avaliação muito atrativos, as empresas de retalho, como a Sonae ou a Jerónimo Martins, que, apesar do ambiente competitivo persistir, deverão beneficiar de um incremento no rendimento disponível das famílias, e, por fim, outras mais defensivas, como a REN ou as que fazem parte do universo EDP, tornam-se interessantes dada a previsibilidade de geração de caixa que se traduz em rendimento para o investidor”.
No caso do sector bancário, Nuno Marques considera que a gestão tem de “continuar a ser muito tática”. “Apesar de estarmos investidos no sector, até de forma considerável porque as avaliações são muito atrativas, sabemos que temos de estar muito atentos a movimentos mais agressivos que possam surgir nos preços dos bancos em Portugal”, assegura.
Oportunidade vs liquidez
Desde 2008, recorda também Nuno Marques, tem sido crescente a preocupação adicional em relação à liquidez de qualquer título numa carteira de investimentos. “As empresas portuguesas por si só, já são mais pequenas do que o habitual – tratam-se de pequenas capitalizações com pouco capital disperso em mercado – e, por isso, tornam-se um investimento menos apetecível para quem tem um mindset mais focado para a gestão de liquidez”.
Embora de facto a liquidez seja um factor chave a considerar nas suas decisões, afirma que a preocupação cimeira é sempre procurar “oportunidades em empresas cujo valor esteja abaixo do valor justo”. O cuidado seguinte, diz, é avaliar precisamente “qual será o peso deste investimento em carteira, tendo em conta a liquidez que essa determinada ação apresentou em mercado nos últimos tempos”.