Update do Capital Group New Perspective: quatro novos temas e cinco reduções

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Richard Carlyle. Créditos: Cedida (Capital Group)

Há uma nova realidade a surgir nos mercados mundiais, deteta Richard Carlyle. A normalidade passou de estar marcada pela queda das taxas de juro para umas taxas de juro crescentes. De uma liderança de mercado restrita a algumas empresas para uma mais generalizada e de uma mudança da cadeia de abastecimento mundial para uma regional. Estes são apenas algumas das alterações sísmicas que, na opinião do diretor de Investimentos de Ações na Capital Group, irão provavelmente definir a próxima década de investimento.

E em tempos de mudanças estruturais, é momento da gestão ativa voltar a brilhar. “Embora a perspetiva tenha evoluído rapidamente e passado de uma década de céus limpos para carregados de nuvens, também é um momento emocionante para ser um investidor fundamental e bottom-up, sem restrições geográficas, setoriais nem de estilo, mas com flexibilidade para se adaptar a esta nova realidade de investimento”, defende.

Preparados para captar as alterações estruturais

Face ao regresso da volatilidade, o símbolo da gestora em ações mantém-se fiel ao seu estilo de investimento. Sempre focados no que para o gestor é a sua maior e mais duradoura vantagem competitiva: a sua abordagem de investimento a longo prazo. “A flexibilidade estrutural do New Perspective permite-nos reposicionar-nos num prazo de vário anos para captar as alterações estruturais da economia mundial e dos líderes dos mercados de ações, sempre com o foco no longo prazo”, explica Richard Carlyle.

Esta flexibilidade pode ser vista na orientação histórica do estilo deste fundo com Rating FundsPeople, que se deslocou ao longo da sua trajetória pelo espetro valor-crescimento para se adaptar ao ambiente de mercado em mudança. Podemos vê-lo bem no gráfico partilhado pela gestora:

Fonte: Capital Group

E é uma flexibilidade que ficou demonstrada no atual ciclo de mercado. Nos últimos anos, a estratégia tem-se caracterizado por uma redução constante de empresas de maior valorização e crescimento. Uma tendência que tem acelerado, dada a alteração estrutural observada nos mercados. “Também nos estamos a tornar mais seletivos em relação às empresas de maior crescimento que mantemos”, conta Richard Carlyle. Estão inclusive mais atentos às empresas cujas valorizações não são apoiadas por fluxos de caixa a curto prazo, ou que dependem de um crescimento distante no futuro.

Entretanto, continuam a favorecer empresas com lucros potencialmente mais duradouros e visíveis, bem como as que produzem bens físicos ou matérias-primas, muitas das quais têm valorizações relativamente baixas.

Alterações na carteira do Capital Group New Perspective

Neste contexto, o Capital Group New Perspective continua a oferecer uma exposição bem distribuída tanto ao crescimento secular a longo prazo como ao crescimento economicamente sensível, ambos sustentados por um amplo conjunto de empresas resistentes ou defensivas. A carteira também mantém empresas com um forte poder de fixação de preços em diversos setores, com o objetivo de se adaptar à inflação subjacente dos custos laborais e de produção. “A carteira não está deliberadamente posicionada para um único resultado ou tipo de contexto de mercado a curto prazo e tem a flexibilidade de investir em empresas de qualquer tipo, independentemente da sua geografia, setor ou estilo”, afirma Richard Carlyle.

E como isto se reflete na prática? Destacam-se quatro grandes temas entre as novas incorporações na carteira do Capital Group New Perspective ao longo de 2022:

  • Empresas farmacêuticas de grande capitalização. A exposição ao setor da saúde aumentou substancialmente e situa-se agora em máximos históricos. Cresceu principalmente em empresas com franquias sólidas, lucros consistentes e balanços saudáveis.
  • Empresas relacionadas com a energia e os materiais. Incluem-se aqui as empresas que beneficiam diretamente de condições favoráveis da oferta e da procura a longo prazo, como as empresas mineiras, petrolíferas e de gás, e as que beneficiam secundariamente, como as empresas ferroviárias que transportam matérias-primas.
  • Industriais. Empresas expostas a tendências de crescimento, cíclicas e seculares, incluindo os fornecedores de equipamentos de construção e HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado).
  • Bens de consumo básico. Empresas com marcas sólidas, escassa variabilidade de procura e capacidade para repercutir as pressões inflacionistas sobre os custos, como as empresas de alimentação, bebidas e tabaco. Os gestores começaram a investir neste tipo de empresas no segundo semestre, à medida que as perspetivas económicas mundiais se deterioravam, e prosseguiram as suas compras no terceiro trimestre.

Recolha de lucros no Capital Group New Perspective

A equipa gestora também reduziu exposição a cinco áreas:

  • Entidades financeiras selecionadas, como consequência do enfraquecimento das perspetivas da economia mundial e dos mercados de segurança.
  • Comércio eletrónico e plataformas de pagamento. Um panorama altamente competitivo, o abrandamento do crescimento após a COVID e a pressão sobre as margens fazem com que os gestores estejam mais conscientes das ações com valorizações mais elevadas. 
  • Semicondutores. Uma combinação de recolha de lucros e reconhecimento de preocupações cíclicas de excesso de ganhos. A longo prazo, porém, continuam a acreditar que os semicondutores irão continuar a ser um elemento essencial da economia digital.
  • Meios de comunicação e entretenimento na internet. Os gestores prevêm que a despesa em publicidade online serão afetadas pelas débeis perspetivas mundiais.
  • Veículos elétricos. Dado o abrandamento previsto da despesa dos consumidores mundiais, a exposição do fundo a veículos elétricos foi significativamente reduzida, como se pode ver pela menor posição na Tesla.