Otimizar a exposição a high yield para proteger dos riscos e capturar as subidas. É essa a filosofia por detrás do UBAM - Global High Yield Solution, um dos fundos da UBP com Rating FundsPeople 2023. A sua receita para o sucesso? Os CDS (Credit Default Swaps). A carteira do fundo é construída com índices CDS de high yield. “Os índices de CDS permitem construir uma posição mais líquida do que com o investimento direto em emissões high yield. E isso é um catalisador positivo adicional em momentos de forte correção do mercado”, afirma Philippe Graub, responsável de Obrigações Globais e de Retorno Absoluto da UBP.
E os resultados confirmam o seu estilo de gestão. A um, três e cinco anos, o fundo situa-se no primeiro quartil da sua categoria Morningstar, Global High Yield Bond. Mas os seus melhores momentos, assegura Philippe Graub, são os períodos de forte volatilidade nas obrigações. “Isto deve-se às idiossincrasias dos índices de CDS. Nos picos de receio no mercado, os CDS são mais líquidos do que as obrigações subjacentes, pelo que não são tão afetados pela pressão de venda”, explica.
De facto, os volumes de CDS aumentaram em períodos de volatilidade. “Como os detentores de dívida física não são capazes de operar com as suas posições, precisam de comprar CDS como proteção. E nós estamos dos outro lado dessa operação”, acrescenta Philippe Graub. Assim, o melhor desempenho do fundo não se explica por uma posição mais defensiva da carteira, mas pela característica única dos CDS com que constroem a sua carteira.
Além disso, Philippe Graub destaca também os lucros que os índices de CDS oferecem quando há necessidade de liquidez. “Um índice é um único instrumento. É muito diferente das 300 linhas que um fundo médio de obrigações pode ter. Se preciso de vender em momentos difíceis, posso desfazer posições de forma escalonada”, explica.
Atualização do UBAM - Global High Yield Solution
Durante uma recente visita à Península Ibérica, Philippe Graub reviu algumas das principais alterações no posicionamento da carteira do fundo. O gestor destaca dois aspetos importantes. Primeiro, tem atualmente o maior nível de risco de taxa de juro de toda a história do fundo. Segundo, estão a diversificar para a dívida denominada em euros. Esta última é uma resposta a uma alteração no discurso do BCE para um tom menos hawkish e ao facto de a inflação na Europa estar a abrandar.
Estão também no limite superior do seu intervalo histórico de risco de crédito e o high yield é atualmente uma das grandes convicções em obrigações para a UBP. “Os fundamentais estão numa boa posição para esta altura do ciclo”, afirma Philippe Graub. As empresas com rating high yield também aproveitaram a era das taxas baixas para refinanciar a sua dívida com prazos longos. “Assim, apesar de as taxas estarem agora elevadas, muitas não têm essa necessidade urgente de ir ao mercado”, afirma o especialista.