Quem foram os vencedores e os perdedores da indústria de gestão de ativos em 2013? O ranking 2014 elaborado pela Investment & Pensions Europe é uma fotografia que permite tirar algumas conclusões, sobretudo se se comparar com o mesmo “retrato” realizado no ano anterior. A primeira dedução é muito clara e não dá lugar para discussões: a indústria de gestão de ativos a nível global está em plena fase de crescimento; isso é evidenciado pelo facto do volume de ativos sob gestão das 400 gestoras com maior património a nível mundial ter passado dos 39,2 biliões no términos de 2012 para os 42,7 biliões de euros no final de 2013. Em termos percentuais, isto supõe um crescimento de 8,9% face ao volume estimado pelo sector 12 meses antes.
No entanto há entidades que saem mais reforçadas e outras que saem menos. As que tiveram melhores resultados foram as de maior tamanho. Os números não deixam lugar para dúvidas. No final de 2013, o património que as 10 primeiras entidades concentravam ao nível dos ativos sob gestão ascendia aos 14,3 biliões de euros, o que representa 33,6% do total. Doze meses antes, estas entidades mantinham um volume conjunto de 12,8 biliões, o que representava 32,7% do total. Se se tiver em conta as 20 maiores entidades por património, a conclusão é a mesma. No final de 2013, o grupo de entidades que integravam as 20 maiores entidades ao nível do património geriam 20,4 biliões de euros (47,8% do total), enquanto um ano antes tinham sob gestão 18,2 biliões (46,6%). A conclusão é também clara neste campo: em 2013 a indústria concentrou-se.
Tomando como referência o crescimento patrimonial no valor de 8,9% registado pela indústria em 2013, pode-se saber também quais as entidades que cresceram acima da média, e quais as que ficaram aquém. Neste sentido, metade das empresas que no final de 2012 ocupavam o ‘top 10’ (BlackRock, Vanguard, Fidelity Investments, BNY Mellon IM e DeAWM), alcançaram em 2013 crescimentos patrimoniais acima da média. A única que viu reduzido o seu volume de ativos foi a PIMCO, cujo património se reduziu 9,3%. A BlackRock, por exemplo, registou um incremento do volume gerido de 9,4% (até aos 3,14 biliões), o que lhe permite manter-se mais um ano como a gestora líder a nível dos ativos sob gestão. A Vanguard e a State Street Global Advisors mantiveram-se no segundo e terceiro posto. A primeira eleva o seu volume de investimentos em 23,2%, até aos 1,99 biliões. Já a segunda, cresce 7,4% para os 1,7 biliões.
Neste sentido, é importante ter em conta que o aumento do volume não acontece apenas por causa das entradas líquidas recebidas durante o período em questão: também há que contar com o efeito mercado. Importa salientar que o ano passado foi um ano muito positivo para as ações e um pouco mais difícil para as obrigações, pelo que as entidades com um maior volume de ativos investidos em bolsa é provável que tenham saído favorecidas pela revalorização deste ativo. Também é importante assinalar que as gestoras com uma posição de preponderância no negócio de ETF, foram beneficiadas pelo crescente interesse que estes produtos têm atraído, tanto nos EUA, como na Europa. A partir da comparação dos rankings de 2013 e 2012, elaborados pela Investment & Pensions Europe podem também ver-se diferenças na sua composição.
Depois das já referenciadas BlackRock, Vanguard e State Street, aparece a Fidelity Investments, que se mantém mais um ano como a quarta entidade do mundo ao nível dos ativos geridos (1,4 biliões de dólares), e a J.P. Morgan AM como sexta (1,13 biliões). Em quinto lugar importa fazer referência à BNY Mellon IM, que em 2013 avança dois postos face a 2012, depois de crescer 24%, situando-se no final de 2013 com um volume de 1,15 biliões de euros em ativos. Já a perda patrimonial protagonizada pela PIMCO, deixou a empresa no sétimo lugar (face ao quinto lugar que ocupava no final de 2012). Melhor correram as coisas para a DeAWM, que avançou dois lugares, passando da décima para a oitava posição, com um volume patrimonial que alcança os 931.000 milhões de euros. No entanto, a entrada mais forte no ‘top 10’ é protagonizada pela Capital Group, que em 2012 não estava entre os 20 primeiros e em 2013 passa a ocupar o nono posto.
Posição |
Gestora |
Património 2013 (milhões de euros) |
Património 2012 (milhões de euros) |
Crescimento patrimonial (%) |
Variação no ranking |
1 |
Blackrock |
3.140.715 |
2.869.198 |
9,4 |
= |
2 |
Vanguard |
1.997.915 |
1.620.000 |
23,2 |
= |
3 |
State Street |
1.701.651 |
1.584.000 |
7,4 |
= |
4 |
Fidelity Investments |
1.411.250 |
1.279.240 |
10,2 |
= |
5 |
BNY Mellon IM |
1.149.878 |
1.051.170 |
9,3 |
+2 |
6 |
J.P.Morgan AM |
1.129.854 |
1.066.201 |
5,9 |
= |
7 |
PIMCO |
1.116.984 |
1.231.218 |
-9,3 |
-2 |
8 |
DeAWM |
931.000 |
607.229 |
53,3 |
+2 |
9 |
Capital Group |
907.909 |
- |
- |
- |
10 |
Pramerica IM |
806.608 |
802.122 |
0,5 |
-2 |