Wellington Management aproxima-se mais do mercado português

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Erich Stock e Andrés Pedreño. Créditos: Cedidas (Wellington Management)

A entidade gestora com sede em Boston, privada, independente e de base institucional, que gere mais de 1,1 biliões de dólares em ativos, abriu o seu escritório ibérico em Madrid em maio do ano passado. A equipa comercial local é composta por Andrés Pedreño, responsável pelas vendas na Península Ibérica, e Paula Blanco, que apoia as iniciativas de marketing na região. Em particular, Portugal surge como um mercado onde a entidade gestora quer estar mais presente e desenvolver melhores relações. O profissional, juntamente com Erich Stock, responsável de Desenvolvimento de Negócio no Sul da Europa, contou à FundsPeople o racional deste movimento estratégico de aproximação de uma das maiores entidades gestoras do mundo ao mercado nacional. 

Fundada em 1928 nos Estados Unidos, a gestora conta com quase um século de existência e destaca-se, segundo Erich Stock, por três características distintivas: a estrutura acionista, o modelo de negócio e o processo de investimento. Primeiro, sobre a estrutura acionista, falamos de uma das duas únicas entidades gestoras no Top 20 mundial que se mantêm na esfera privada. “Não somos uma empresa cotada e não somos detidos por um banco ou companhia de seguros”. Que significa isto? Para Erich Stock é uma característica que permite à entidade “efetivamente focar no longo prazo” no que diz respeito às decisões de investimento, mas também no que se refere à forma como desenvolvem o seu negócio e decisões financeiras. “Adicionalmente, é algo que faz com que exista um alinhamento muito forte entre os nossos interesses e os dos nossos clientes. O que nos interessa não é maximizar os ativos, mas a duração das relações que construímos”, conta. Finalmente, é algo que lhes permite “atrair e reter talento na organização, o que a torna muito mais estável”, explica, apontando os 17 anos, em média, de um gestor à frente das estratégias da casa. 

Em segundo lugar, o profissional fala do modelo de negócio. “A Wellington tem uma atividade apenas: gerir ativos institucionais. Não faz banca comercial, banca de investimento, gestão de carteiras próprias, … Todos os nossos esforços e todos os nossos recursos estão dedicados à nossa atividade”, conta. E finalmente, a abordagem de investimento. “Não temos um CIO ou uma equipa que define a visão da casa e a impõe às equipas de investimento. Cada equipa tem total liberdade para tomar as suas decisões de investimento em linha com o seu processo e filosofia. Cada equipa é também completamente responsável pelos seus resultados”, explica. O mesmo se aplica à integração de critérios ESG: “Não definimos uma receita para cada equipa sobre como o fazer”, conta Erich Stock. 

Já a oferta, abrange todas as classes de ativos e veículos de investimento, desde ações a obrigações, passando por alternativos líquidos e private assets. Em Portugal, os fundos que mais atraem investimento abrangem classes de ativos tão diversas como matérias-primas, ações norte-americanas, obrigações globais ou ativos de mercados emergentes. São 11 os fundos com Rating FundsPeople 2023 que a entidade tem em Portugal. 

O foco em Portugal

“Cada vez mais os clientes querem fazer mais com menos gestoras de ativos. Há muitos anos que nos focamos nos clientes ibéricos e temos um número considerável de investidores na região, mas é para nós estratégico estar mais perto dos clientes, para aprofundar o diálogo e criar uma relação de 360 graus”, conta Andrés Pedreño. É assertivo ao relembrar que este “é um negócio de pessoas” e que num negócio assim, há que estar mais próximo dos clientes. “Quando nos encontramos com os clientes pessoalmente, há sempre uma partilha de ideias a um nível que não acontece remotamente”, afirma.

Olhando para o mercado português em particular, Andrés Pedreño vê "um mercado muito institucional" e "muito mais paciente do que muitos outros mercados na Europa". São clientes que apreciam efetivamente uma relação de longo prazo. E isso vai ao encontro das nossas ambições porque o que queremos não é vender fundos, mas desenvolver parcerias com os nossos clientes”.