2018 foi um ano de quebra no negócio da BMO em Portugal

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Alfanhuí, Flickr, Creative Commons

A BMO Portugal apresentou o seu relatório e contas de 2018, com referência ao final de outubro, resultados líquidos de aproximadamente 1,6 milhões de euros, cerca de 16% abaixo do verificado no exercício de 2017. Estes resultados foram, segundo a entidade gestora, “novamente afectados pela redução do comissionamento das principais carteiras sob gestão. Ainda assim, a entidade apresentou um ROE de 14% (17% em 2017) e um ROA de 11% (13% em 2017), mesmo “refletindo a redução dos resultados do exercício”.

A entidade presta, em Portugal, serviços de gestão discricionária de carteiras a uma base de clientes dos quais se destacam os Grupo Seguradores Millenniumbcp Ageas (seguradoras e gestão de fundos de pensões) e Ageas Portugal (seguradoras vida e não-vida).

O ano de 2018

Os ativos sob gestão da BMO em Portugal apresentaram um decréscimo de cerca de 3%, “o qual resultou, principalmente, do vencimento sem reaplicação de um valor significativo de carteiras inerentes a produtos unit-linked fechados, à perda da gestão das carteiras de unit-linked abertos remanescentes e à redução do valor de ativos afetos a fundos de pensões”. As receitas por via de comissões recuaram cerca de 5% “em resultado de renegociação em baixa das comissões de gestão  aplicáveis aos principais tipos de carteira geridos”, ocorrida no exercício anterior e que teve, no exercício de 2018, o primeiro período anual completo de impacto.

Durante o exercício de 2018 a entidade dá conta da promoção de “melhorias nos procedimentos aplicados e nas aplicações usadas”, “de forma a adaptá-los aos requisitos da atividade e às necessidades internas, de reporte regulatório e de clientes”.

Foram desenvolvidos um “vasto conjunto de trabalhos de finalização da implementação dos procedimentos requeridos pela Directiva revista e pelo Regulamento relativos aos Mercados de Instrumentos Financeiros, vulgarmente designados como “DMIF II” e que, até 1 de agosto de 2018, entraram em vigor na sua totalidade. Foram também ajustados os procedimentos da Sociedade em função da entrada em vigor do Regulamento Geral da Protecção de Dados, de forma a dar-lhe total cumprimento”, pode ler-se no relatório e contas.

Ao nível de alterações expectáveis em 2019, a BMO dá conta de que os “desenvolvimentos no quadro regulamentar continuarão certamente a exigir esforços significativos de adaptação operativa”. Neste sentido, “em função das conversações havidas com o Millennium BCP – Prestação de Serviços, ACE sobre a prestação futura de serviços de apoio administrativo à Sociedade, concluiu-se ser do interesse mútuo que essa prestação termine durante a primeira metade do exercício de 2019. A Sociedade irá analisar as alternativas disponíveis no mercado com vista à contratação desses serviços em condições legal, regulamentar e economicamente adequadas”.

Denominação

Foi também em 2018, nomeadamente em 10 de outubro, que foi alterada a denominação de F&C Portugal, Gestão de Patrimónios, S.A. para BMO Portugal, Gestão de Patrimónios, S.A., evidenciando dessa forma a ligação ao Grupo Financeiro do Bank of Montreal (BMO), “no âmbito da harmonização global das denominações sociais das empresas do respectivo sub-grupo de gestão de activos”.