A alocação dos fundos perfilados moderados: destaque para a evolução da liquidez

fundos perfilados defensivos fundos mistos (1)
Créditos: Vincent van Zalinge (Unsplash)

Analisadas as alocações a classes de ativos e geografias das carteiras médias dos fundos perfilados nacionais com um nível risco mais defensivo, chegou a vez dos fundos com um perfil de risco moderado. É importante referir que o universo aqui em análise são os fundos nacionais perfilados de perfil intermédio da respetiva gama de fundos, no conjunto de fundos disponíveis na Morningstar.

Liquidez é a classe de ativos que mais aumentou o seu peso médio

Tal como nos fundos perfilados defensivos, a média simples do peso das obrigações nas carteiras dos fundos perfilados moderados aumentou. Em março de 2023 esta classe de ativos tinha um peso, em média, de 41,48%, em fevereiro de 2023 encontrava-se nos 45,52%.

As ações também mantiveram a tendência decrescente observada nos fundos perfilados defensivos. De facto, a alocação a ações em março de 2022 encontrava-se muito próxima dos 33%, enquanto em fevereiro de 2023 esse valor baixou para os 30,9%. Por sua vez, a liquidez registou um grande aumento em outubro de 2022, ultrapassando os 20%. Entre março de 2022 e fevereiro de 2023, esta classe de ativos foi a que apresentou um maior crescimento do seu peso médio (cerca de 6 pontos percentuais).

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Alocação geográfica das ações

Como podemos observar no gráfico seguinte, a Europa Emergente e a América do Norte apresentam valores muito próximos (40,32% e 40%, respetivamente) e são as duas regiões com maior peso. No entanto, só esta última região, a par da Ásia Emergente, é que viu o seu peso médio nos portefólios dos perfilados moderados aumentar. As duas regiões apresentam um aumento, em relação a março de 2022, de 2,1 pontos percentuais e de 1,7 pontos percentuais, respetivamente.

Por outro lado, a Ásia Desenvolvida e a América Latina, embora não apresentem grandes variações, registaram um descréscimo de 1,8 p.p. e de 0,13 p.p., respetivamente.

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Alocação das obrigações por subcategoria

A alocação das obrigações por subcategoria é a que apresenta mais variações entre março de 2022 e fevereiro de 2023. A subcategoria de obrigações corporativas, apesar de ser a que agrega maior exposição média, é também a que apresenta o maior decréscimo. Em março de 2022, as obrigações corporativas tinham um peso médio de 39,77%. Em fevereiro de 2023, a alocação média era de 35,6%, uma queda de 4,1 pontos percentuais.

A segunda maior subcategoria, as obrigações soberanas, apresentou um significativo aumento da sua alocação média em junho de 2022 (37,41%), diminuindo depois até alcançar os 33,21% em fevereiro de 2023. No entanto, em comparação com março de 2022, esta subcategoria apresenta um aumento de 0,79 pontos percentuais. Já a liquidez e equivalentes, apesar do grande aumento em maio de 2022, manteve praticamente o mesmo valor (em março de 2022, o seu peso médio encontrava-se nos 16,74%, em fevereiro de 2023 era 16,78%).

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Para integrar o universo de fundos perfilados moderados foram selecionados os seguintes fundos nacionais: Bankinter 50 PPR/OICVM, BPI Impacto Clima Dinâmico, BPI Reforma Investimento PPR/OICVM, Caixa Moderado PPR/OICVM, Caixa Wealth Moderado, Caixa Seleção Global Moderado, GNB Equilibrado, IMGA Alocação Moderada, Montepio Multi Gestão Equilibrada, Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Equilibrado, Optimize Selecção Base, Santander Private Moderado, Santander Select Moderado, Smart Invest PPR/OICVM Moderado.