A evolução da alocação dos fundos perfilados defensivos

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Créditos: Debby Hudson (Unsplash)

Após termos visto os fundos que compõem o mercado nacional de fundos de investimento perfilados, analisamos agora a evolução da média da alocação dos fundos perfilados defensivos desde março de 2022 até fevereiro de 2023.

Com base em dados da Morningstar Direct iremos focar-nos nas classes de ativos e geografias das carteiras que constituem o universo. O universo em análise são os fundos nacionais perfilados mais defensivos da respetiva gama de fundos, no conjunto de fundos disponíveis na base de dados da Morningstar.

Peso das obrigações aumenta

Com o tema das obrigações em grande destaque e o seu anunciado regresso, não é surpresa que a média simples do peso das obrigações nas carteiras tenha aumentado. De facto, como podemos ver no gráfico, desde março de 2022 até fevereiro de 2023, as obrigações aumentaram cerca de 6,8 pontos percentuais nas carteiras dos perfilados defensivos. As obrigações são, desta forma, a classe de ativos com maior alocação nas carteiras destes fundos (66,19%), tendo atingindo o seu valor máximo em janeiro de 2023 (68,88%).

Já as ações mantiveram-se bastante estáveis, registando apenas um ligeiro decréscimo em relação a março de 2022. No entanto, o mesmo não aconteceu com a liquidez, cujo peso nas carteiras dos perfilados defensivos sofreu, tal como as obrigações, algumas quedas e aumentos. Assim, a alocação média desta classe de ativos aumentou, num ano, cerca de 3,6 pontos percentuais.

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Alocação geográfica das ações

Relativamente à componente acionista, a única região a que os gestores dos fundos perfilados defensivos aumentaram a exposição foi à Ásia Emergente, que apresenta uma subida de 2,5 pontos percentuais em relação a março de 2022.

Apesar deste aumento, a Europa Desenvolvida é a região com maior alocação (43,51%), logo seguida da América do Norte (36,44%). Ambas as regiões apresentam, no entanto, um decréscimo em relação a março do ano passado - com uma diminuição de 1,3 e de 0,4 pontos percentuais, respetivamente. A alocação às outras regiões presentes no gráfico mantiveram-se estáveis ao longo do ano.

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Alocação das obrigações por categoria

No que diz respeito à alocação de obrigações por subcategoria, foram registadas algumas variações ao longo deste período. A subcategoria das obrigações soberanas foi a que mais viu o seu peso médio nas carteiras destes fundos aumentar, atingindo os 36% (aumento de 2,5 pontos percentuais em relação a março de 2022). Este movimento foi particularmente visível de maio para junho de 2022.

Por sua vez, as obrigações corporativas, apesar de ser a subcategoria com maior exposição (43,46%), foi também a que mais preponderância perdeu nas carteiras dos fundos perfilados defensivos (cerca de 3,6 pontos percentuais).

Já a liquidez e equivalentes, apresentou em maio de 2022 a sua maior subida, de 12,71% em março para 17,89%, registando, no entanto, algumas quedas nos meses seguintes. Esta subcategoria acaba por se estabelecer, em fevereiro de 2023, nos 12,79%.

Fonte: FundsPeople e Morningstar. Dados a 28 de fevereiro de 2022.

Para integrar o universo de fundos perfilados defensivos foram selecionados os seguintes fundos nacionais: Bankinter 25 PPR/OICVM, BPI Impacto Clima Moderado, BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM, Caixa Defensivo PPR/OICVM, Caixa Wealth Defensivo, Caixa Seleção Global Defensivo, GNB Conservador, IMGA Alocação Conservadora, Montepio Multi Gestão Prudente, Optimize Capital Reforma PPR/OICVM Moderado, Optimize Selecção Defensiva, Santander Private Defensivo, Santander Select Defensivo, Santander Private Defensivo e o Smart Invest PPR/OICVM Conservador.