A vitória de Barack Obama nas eleições de terça-feira deu aos mercados uma certeza, num cenário político de governo dividido, com a composição do Congresso a manter-se igual: Senado liderado pelos Democratas e Câmara dos Representantes com maioria Republicana.
À Funds People Portugal, a ESAF salienta que a manutenção de Obama na Casa Branca “retira a incerteza que estava presente nos mercados, pois nos últimos dois meses verificou-se que os investidores e as empresas tinham adiado algumas decisões por vida da incerteza política”.
Mas o período que se segue volta a ser de indefinição. Como nenhum partido ficou com um mandato claro após as eleições, “provavelmente significa um progresso lento e tortuoso no sentido de evitar o iminente ‘fiscal cliff’, com um automático agravamento de impostos e cortes na despesa e colocar o país no caminho de um orçamento sustentável“, refere a BlackRock, numa nota divulgada ontem.
Esta questão é também salientada pela ESAF e “ganha agora maior relevância até final do ano, pois serão necessários alguns compromissos entre Democratas e Republicanos para o adiamento” de algumas das medidas.
Oportunidade nos sectores cíclicos
A BlackRock acredita ser provável que durante os próximos meses haja uma “ansiedade fiscal” e, associado, um esperado aumento da volatilidade dos mercados, salientando, contudo, que “uma solução rápida e clara seria uma grande vantagem para os activos de risco”.
Tendo em conta o actual cenário, a ESAF considera que “as maiores oportunidades nas acções americanas deverão estar nos sectores mais cíclicos, pois os EUA continuarão a actual política monetária expansionista, com impacto directo no investimento”.
No sentido oposto, “o maior risco poderá estar presente nos sectores ligados ao consumo, devido ao agravamento fiscal e ao menor rendimento disponível; e os sectores ligados ao retalho, autos e ‘media’ tenderão a não acompanhar eventuais subidas de mercado”, refere a ESAF, única gestora portuguesa que comentou as eleições nos EUA à Funds People Portugal.