Apesar da contração na gestão individual de carteiras, o peso deste braço da gestão de ativos continua a ser superior em Portugal face à média europeia.
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O Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários de 2021 da CMVM dá conta de que a gestão de ativos nacional, no geral, recuou em 2021, tal como já tinha ocorrido em 2020. O total de ativos sob gestão (individual e coletiva) diminui 7,8% face a 2020, para um total de 68,6 mil milhões de euros em 2021. Contudo, se por um lado o valor da gestão individual de ativos diminuiu o valor administrado, por outro lado, o valor da gestão de fundos de investimento (gestão coletiva) aumentou no último ano. Na verdade, o valor sob gestão coletiva tem vindo a aumentar desde 2018. No final de 2021, pela primeira vez, já representava quase metade da gestão de ativos nacional.
Os gráficos abaixo demonstram que a gestão individual em Portugal fixou-se nos 37,6 mil milhões de euros, enquanto a gestão coletiva nos 30,9 mil milhões. Mostram também que a gestão de fundos de investimento em Portugal está ainda aquém dos volumes que agregava antes da Grande Crise Financeira, não obstante o crescimento recente.
Montante sob gestão: evolução e detalhe no final de 2021
Mais concretamente, o valor gerido pela gestão coletiva aumentou 21,3%, “o que foi essencialmente sustentado pelo crescimento dos OICVM, em parte devido a subscrições líquidas de 3,8 mil milhões de euros em 2021”, explica o regulador. Contas feitas, a gestão de fundos de investimento já representa 45% dos ativos geridos em Portugal.
Em sentido contrário, a CMVM aponta para uma contração de 23% na gestão individual de ativos, “em resultado da perda de mandatos de gestão outrora conferidos por investidores profissionais às entidades gestoras, os quais tinham subjacente um elevado valor gerido”, justifica a entidade. “Este facto, bem como outras operações de deslocalização de gestão ocorridas em anos transatos, levou a que os valores geridos por este segmento da gestão de ativos se situem atualmente próximo daqueles que existiam no final de 2005”, acrescentam. Ainda assim, segundo a CMVM, o peso da gestão individual de carteiras continua a ser superior em Portugal face à média europeia.
Já num contexto mais global, comparando a relevância da gestão de ativos no PIB, “Portugal apresenta indicadores menos favoráveis”, afirma a CMVM. Isto é, enquanto a gestão de ativos na Europa ascendia a cerca de 180% do respetivo PIB agregado, em Portugal esse rácio era de apenas 35%.