Em 2008, o índice encontrava-se muito mais ponderado em setores de menor qualidade (33% em finanças e energia face aos 20% de 2020). Hoje, a mesma proporção do mercado centra-se nos setores de consumo e tecnologia, de maior qualidade.
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O mercado de ações europeu experimentou nos últimos 12 anos uma espetacular transformação. Muito pouco se parece a estrutura e composição atual do MSCI Europe com a que tinha o índice durante a crise financeira. As diferenças são notórias em muitos âmbitos.
Em 2008, o índice encontrava-se dominado por setores muito ligados ao ciclo económico. Concretamente, um terço do MSCI Europe era formado por entidades financeiras e empresas energéticas. Doze anos depois, o peso destes setores reduziu-se de forma exagerada. Hoje apenas representam 20%.
“A qualidade do mercado é muito melhor do que se percebe. Os 10 principais componentes do índice em 2008 eram liderados pela BP, Total, Vodafone, Telefónica e Shell, todos valores de baixa qualidade. Atualmente, o índice conta com numerosas empresas líderes à escala mundial na frente, com atrativo crescimento estrutural. É o caso da ASML, LVMH e Novo Nordisk”, explica.
Desagregação por setores do índice MSCI Europe em 2020 face a 2008
Principais componentes do índice MSCI Europe
Esta mudança na composição setorial do MSCI Europe tem importantes implicações no que concerne o comportamento do seu mercado. Assim, a Europa registou uma rentabilidade relativa negativa na saída do último ciclo por uma falta de crescimento dos lucros. Na opinião do especialista, isto torna-se razoável tendo em conta que os setores financeiro e energético, de baixo crescimento, eram os pesos pesados.
Rentabilidade por região (%)
“Se pensarmos no ciclo seguinte, há mais possibilidade de a Europa gerar crescimento dos ganhos. E também de que obtenha uma rentabilidade superior de outras áreas agora que o mercado é liderado por empresas de consumo e tecnológicas, conclui Tanna.
Mudanças geográficas
A nível geográfico, as economias dos países de elevado endividamento afetados pela crise da dívida soberana da UE (Itália, Espanha, Irlanda e Portugal), além do Reino Unido (desde a votação do Brexit em junho de 2016), perderam peso. Isto verificou-se comparativamente a economias mais pequenas, mas dinâmicas (Suíça, Holanda, Suécia, Dinamarca) e mais saudáveis (França, Alemanha), refere Habib Nasrallah, especialista em indexados da Pictet AM.