Com um foco nos segmentos affluent e private, a ESAF assegura que a designação de produto complexo atribuída aos Unit-linked não “intimida” os seus investidores.
Na Espírito Santo Activos Financeiros a abordagem aos Unit-linked tem sido feita numa perspetiva diferente da de algumas outras entidades. Com uma génese no mass market, atualmente este produto na ESAF tem vindo a evoluir e a aproximar-se mais dos high net worth individuals.
“Chegar à rede com uma perspetiva de gestão do património global”, diz Susana Vicente, Head of Investments da ESAF, é um dos objetivos da instituição, que no segmento affluent apresenta um pacote de Unit-linked cuja preocupação central é a maximização do retorno dentro de uma gestão do risco apertada. A este nível existem portanto três perfis de risco, que “são geridos como se fossem um produto flexível”, e que “começam a partir do segmento BES 360º”, sendo a subscrição inicial de 250 euros (valor que tem um mínimo de 25 euros quando associado a um plano de entregas mensais).
Mais fundos de investimento nos Unit-linked da rede
“Vende-se um conceito de gestão global da poupança, num fundo flexível que utiliza todo o tipo de ativos, seja através de investimento direto, seja indireto pela utilização de fundos ou derivados”, explica Susana Vicente, que reconhece que “neste momento na alocação de ativos, talvez haja uma exposição de cerca de 50% a fundos de investimento”.
No que diz respeito aos limites de risco definidos, existem targets que são fixados em linha com as definições do Instituto de Seguros de Portugal. No caso destes perfis em específico, as comissões dependem exatamente do perfil em questão, mas a entidade salienta que não tem havido “feedback de resistência”.
Comissões são “entendidas” pelo cliente
Ao nível da gestão discricionária, área pela qual João Pina Pereira é responsável, “um número crescente de clientes tem passado da gestão discricionária tradicional para a gestão discricionária através de Unit-linked”, refere o especialista. A "entrada" neste segmento é feita a partir do valor mínimo de um milhão de euros. Pina Pereira acrescenta que “os clientes pagam mais comissão (cobrada uma vez por ano), mas sabem o porquê (vantagem fiscal e simplicidade). O envolvimento de uma terceira entidade (a seguradora) tem custos”.
Neste segmento do private existem cinco perfis com duas versões diferentes: a gestão via direta (ações, obrigações, fundos, futuros, etc), ou a gestão exclusivamente feita através de fundos. Na perspetiva da entidade “a primeira opção permite uma abordagem mais flexivel das carteiras, propiciando trading oportunístico. Essa situação já não é tão “flexível” ao nível dos fundos de investimento”. Por isso, na versão dos fundos de investimento apenas “estão” 20% dos clientes da gestão discricionária.
Apesar de considerar a designação de produto complexo atribuída aos Unit-linked algo “exagerada”, João Pina Pereira assegura que esse “epíteto” não deixa os clientes da gestão discricionária preocupados. “A grande vantagem dos Unit-linked, e que não “tem preço”, é sem dúvida a vantagem fiscal”, refere a entidade.