Ações nacionais impulsionam rentabilidades nos últimos doze meses

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Têm sido vários os momentos que marcaram os últimos doze meses, com particular destaque para o início do processo de saída da União Europeia por parte do Reino Unido – a março de 2017, o artigo 50 é oficialmente colocado em marcha. Desde então, a Europa tem vindo a passar por períodos conturbados e de alguma incerteza, embora o contexto económico tenha continuado (e continue) a mostrar sinais positivos.

Dito isto, terminado o primeiro trimestre de 2018, olhemos para as rentabilidades registadas pelos produtos nacionais nos últimos doze meses. Que produtos terão registado melhor desempenho? Numa primeira análise aos dez produtos que melhor rentabilidade registaram neste período, verificamos que a grande maioria apresenta como universo de investimento o mercado europeu.

Ações nacionais em evidência

Para além da já referida acima, o panorama dos produtos mais rentáveis dos últimos doze meses apresenta uma outra característica bastante clara: o grande destaque são os fundos de ações nacionais. Isto porque, dos seis produtos que ultrapassaram a barreira dos 10% de ganhos, cinco deles investem no mercado acionista nacional. Por outro lado, a presença de um único fundo de obrigações surge como outro dos destaques. Vejamos, então, que produtos são estes.

As duas melhores rentabilidades deste período são bastante próximas, sendo os dois produtos geridos pela mesma entidade – GNB Gestão de Ativos. Mas, aquilo que é curioso é o universo de investimento tão distinto que ambos apresentam, uma vez que um deles investe no segmento acionista e o outro no segmento obrigacionista. Assim, enquanto que o NB Portugal Ações alcançou uma rentabilidade de 14,70%, o NB Obrigações Europa obteve ganhos de 14,57%.

Por outro lado, a composição da carteira de ambos os fundos é, obviamente, totalmente diferente. O NB Ações Portugal apresenta como maiores posições um futuro sobre o PSI20 e nomes como BCP, Jerónimo Martins, Sonae ou Altri. Já o NB Obrigações Europa apresenta uma carteira composta por obrigações soberanas europeias, sendo as suas maiores posições um futuro sobre um cabaz de obrigações governamentais alemãs, italianas, francesas, espanholas e suíças, um futuro sobre as obrigações soberanas alemãs a 30 anos, títulos soberanos holandeses, gregos e portugueses, entre outros. Assim, tendo esta dinâmica em conta, o desvio padrão é significativamente diferente. Do lado do NB Portugal Ações, o desvio padrão fixou-se nos 15,44%. Já do lado do NB Obrigações Europa, o desvio padrão registado foi de 4,48%.

A fechar o top três encontramos o Santander Acções Portugal, um fundo que detém um património sob gestão superior a 88 milhões de euros, e cuja rentabilidade se fixou nos 13,37%. O fundo gerido por Maria Dolores Solana registou, por outro lado, um desvio padrão de 14,12%.

Imediatamente a seguir encontramos os restantes três fundos de ações nacionais: IMGA Ações Portugal, o Santander PPA e o BPI Portugal (que ostenta o selo Consistente Funds People), cuja rentabilidade se fixou nos 12,81%, 11,45% e 11,01%, respetivamente. Apesar da composição da carteira destes três produtos ser bastante semelhante, o desvio padrão por eles registado apresenta algumas diferenças. Assim, enquanto que o fundo gerido por Nuno Marques apresenta um desvio padrão de 13,71%, o fundo da responsabilidade da Santander Asset Management apresenta um desvio padrão de 14,75%. Já o desvio padrão registado pelo BPI Portugal foi de 13,81%.

Os dez produtos com melhor rentabilidade dos últimos doze meses

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Fonte: Morningstar Direct, março de 2018