“Antecipamos que os fundos ‘multi asset class’ recuperem estatuto de investimento âncora”

Jose_Calheiros_Barclays
cedida

O director do Barclays Wealth Managers Portugal adianta que o foco da gestora será na aposta nos produtos ‘core’ de alocação de activos, e indica que a promoção regular de acções de formação junto dos diversos públicos-alvo seria contribuiria para dinamizar o mercado de fundos.

Quais as perspectivas para a indústria em 2013?

Antecipamos uma recuperação do valor dos activos sob gestão depois de quatro anos muito difíceis, em que a indústria teve de conviver com condições de financiamento ao sistema financeiro e à economia em geral muito apertadas, traduzidas na concorrência directa dos depósitos a prazo e emissões de obrigações em mercado primário, com taxas de rendibilidade muito atractivas. A descida significativa das taxas de juro dos emitentes portugueses nos últimos meses de 2012 permite antecipar um cenário concorrencial menos agressivo do que em 2012 e 2011, pelo que estamos optimistas quanto à evolução dos activos sob gestão da indústria para este ano. Por outro lado, antecipamos também que os fundos perfilados ‘multi asset class’ recuperem parcialmente o seu estatuto de investimento âncora a médio/longo prazo na carteira dos investidores, em detrimento dos fundos de obrigações de maturidade definida, responsáveis pela quase totalidade das subscrições nos últimos anos. Do ponto de vista regulatório, a transposição da Directiva UCITS IV para a lei portuguesa será o principal desafio para as gestoras nacionais que, à luz das alterações propostas, terão de repensar a sua estratégia de negócio e o seu posicionamento no mercado português, num contexto em que, expectavelmente, existirá maior concorrência e maior pressão regulatória.

Quais os focos da gestora para este ano, nomeadamente políticas de investimentos, e objectivos, em termos de expansão e evolução do valor dos activos sob gestão?

A estratégia da BWMP passa por continuar a apostar nos seus produtos ‘core’ de ‘asset allocation’ (‘onshore’ e ‘offshore’), onde o Barclays Wealth & Investment Management espelha todo o ‘know how’ das suas equipas internacionais, não só na definição da alocação de activos em função do momento de mercado mas também na selecção dos títulos/veículos mais adequados. Paralelamente, e tal como fizemos em anos recentes, estaremos atentos a eventuais oportunidades de mercado específicas que, do ponto de vista risco/retorno, configurem boas alternativas de investimento para os clientes do Barclays.

Indique uma ou duas ideias que contribuiriam para dinamizar o mercado de fundos em Portugal...

A promoção regular de acções de informação/formação junto de públicos alvo (indivíduos mas também empresas, sindicatos, associações patronais, autoridades fiscais e regulatórias)  sobre os conceitos de Poupança/Reforma no actual enquadramento económico/social dos portugueses e sobre o papel que os fundos de investimento podem/devem desempenhar neste contexto.